“Todos os dias nos surpreende mais o seu progresso”, explica à agência Efe a neta de Takamizawa, Natsuko, que é também administradora da conta de Twitter “Grandma English”, onde documenta, desde há um ano, a evolução da aprendizagem da sua avó.

Com mais de 20 mil seguidores nas redes sociais, a avó foi selecionada pela BBC para integrar a lista das 100 mulheres do ano.

Takamizawa tem um caderno cheio de apontamentos, e consulta-o regularmente, mostrando que está determinada a aprender inglês.

“Gostava de dar as boas-vindas aos muitos estrangeiros que virão durante os Jogos Olímpicos e, por exemplo, indicar-lhes o caminho para o comboio”, conta a anciã, que começou a estudar inglês em janeiro de 2018.

Desde essa altura, a neta envia por mensagem uma palavra ou frase inglesa que a avó deve memorizar. Takamizawa transcreve a palavra para o alfabeto japonês e usa-a numa frase que a neta a seguir corrige.

“É muito rigorosa”, diz a japonesa de 90 anos, referindo-se à sua “professora particular”.

A anciã já é capaz de descrever um dia da sua vida, falar sobre os amigos e explicar que viagens gostaria de fazer, embora vá recorrendo à ajuda dos seus familiares ou dos apontamentos.

“As frases que aprende são a cada dia mais longas”, explica orgulhosa a sua neta.

Ainda assim, apesar dos rápidos progressos, a nonagenária admite que é “muito difícil” fazer avanços devido à sua idade: “Como tenho 90 anos, quando aprendo uma coisa, esqueço outra”.

“Os Jogos Olímpicos são um grande evento e um símbolo da paz, por isso é que sinto tanta paixão”, conta Takamizawa, que gostaria de poder comunicar com pessoas de todos o mundo.

A pouco mais de um ano de um dos maiores acontecimentos desportivos a nível mundial, o Japão prepara-se para receber, com o melhor “omotenashi” - termo para denominar a conhecida hospitalidade japonesa -, milhares de turistas.

“Falarei com os estrangeiros que estejam perdidos ou que tenham algum problema”, promete esta avó japonesa.