A iniciativa fez parte do Exercício Europeu de Proteção Civil – CASCADE’19, organizado pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) em colaboração com a Direção-Geral da Autoridade Marítima, que está a decorrer até 1 de junho em quatro distritos e mobilizará mais de 3.600 operacionais portugueses e estrangeiros.
Neste simulacro foi encenado um incêndio numa viatura que seguia a bordo do ferry, tendo sido prestada assistência a cinco pessoas que ficaram feridas e resgatadas 11 pessoas que se atiraram à água.
“Nós simulámos aquilo que será para nós é a situação mais normal que é um incêndio seguido de um problema de gestão de multidões. Isto é, a multidão entra em pânico com o incêndio e há um grupo de passageiro que se atira borda fora”, disse à Lusa Anselmo Silva, coordenador da secção fluvial de transportes públicos da Aveiro Bus.
O responsável ficou satisfeito com a resposta dada pela equipa e disse que o exercício permitiu detetar algumas coisas que podem ser melhoradas.
“A questão maior foi que eles não distribuíram os rádios, porque estavam ocupados a correr a lista de segurança e a acompanhar os passageiros e não se lembraram de ir buscar os rádios de serviço interno”, explicou.
António Aguiar presidente da Junta de São Jacinto destacou a importância deste tipo de exercícios, atendendo ao movimento que o ferry tem diariamente, e até defendeu que devia haver mais iniciativas destas.
“A qualquer momento pode acontecer um acidente destes e acho que é importante sensibilizar as pessoas e nomeadamente as crianças para estas situações”, disse o autarca.
O incidente mais grave registado até agora envolvendo o ferry ocorreu em 2013, quando a embarcação andou à deriva várias horas na ria, devido ao nevoeiro que se fazia sentir.
“Nós temos aqui esse problema do nevoeiro e muito vento e por vezes é difícil a circulação do ferry e a tripulação anda algumas horas perdida, mas isso é pontual e há vários anos que não acontece”, disse António Aguiar.
Este exercício envolveu 87 operacionais de várias corporações de bombeiros do distrito e uma equipa da Bélgica especializada em resgate marítimo com 14 elementos e três embarcações.
Foram ainda mobilizados meios da Proteção Civil, Polícia Marítima, PSP, GNR, Polícia Judiciária e Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, entre outras entidades.
O objetivo do CASCADE’19 é treinar e testar a capacidade de resposta conjunta e integrada do Sistema Nacional de Proteção Civil e da União Europeia, num cenário que prevê múltiplas e complexas situações de emergência, provocadas por sismos, condições meteorológicas extremas, inundações por cheias em cursos de água, acidentes com barragens, acidentes em complexos industriais e poluição marítima, que irão suceder em “cascata”.
O exercício realiza-se nos distritos de Aveiro, Évora, Lisboa e Setúbal e conta com a participação de cerca de 150 operacionais de Espanha, Bélgica, Alemanha, Croácia e França.
No total vão estar envolvidos 22 municípios que vão ter 60 cenários diferentes para testar a capacidade das respostas local, nacional e internacional, segundo a ANEPC.
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