Os sindicalistas vão concentrar-se em vigília ao final da tarde, junto à residência oficial do primeiro-ministro, em S.Bento, em Lisboa, numa tentativa de sensibilizar o chefe do Governo para as suas reivindicações.

"Esta vigília, com a entrega da carta, é mais uma tentativa para alertar o primeiro-ministro para a necessidade de valorizar os salários de todos os trabalhadores da administração e de corrigir a injustiça decorrente da perda de pontos para progredir na carreira", disse à agência Lusa o secretário-geral da FESAP, José Abraão.

A FESAP foi uma das estruturas que convocou a greve da função pública de 15 de fevereiro e entregou também uma queixa na Provedoria da Justiça contra as injustiças decorrentes do aumento do salário mais baixo do setor para os 635 euros.

Esta estrutura sindical da UGT não está contra o aumento da base remuneratória para 635 euros, na sequência do aumento do salário mínimo nacional, mas sim contra o facto dos níveis remuneratórios seguintes serem absorvidos, por não terem atualização.

A FESAP contesta também que os trabalhadores que foram abrangidos pelo aumento tivessem perdido os pontos que já tinham acumulado para progredir na carreira.

Segundo José Abraão, "muitos dos trabalhadores que foram abrangidos pelo aumento acabaram por ser prejudicados porque perderam os 10 pontos que tinham adquirido e que lhes garantiam uma progressão na carreira este ano".

O sindicalista deu como exemplo o caso de um assistente operacional com 33 anos de serviço que iria progredir e ficar a ganhar 683 euros, mas como perdeu os pontos devido ao aumento ficou a receber 635 euros.

A FESAP e a FNE vão aproveitar a vigília para lançar uma recolha de assinaturas para uma petição que vão apresentar no parlamento para que o diploma que levou a esta situação seja reapreciado pelos deputados.

Os trabalhadores da função pública têm os salários congelados desde 2009.

A FESAP reivindica 3,5% de aumento para todos os funcionários públicos.