“Desde que se iniciaram os trabalhos da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) à TAP que se têm desenrolado ao nível de uma novela mexicana de ‘terceiríssimo’ nível, que são os trabalhadores e a própria empresa os mais atingidos pela inqualificável e desonesta luta política”, apontou, em comunicado, o Sitava.

Para a estrutura sindical, todos os que se afirmam democratas deveriam sentir vergonha, ao alimentar “esta chicane política”, que é estranha aos interesses do país, da empresa e dos trabalhadores.

O Sitava referiu que, desde o início, achou de “interesse duvidoso para a TAP” a criação de uma CPI para investigar a indemnização paga à antiga administradora Alexandra Reis.

“Mas fazer disto uma autêntica ‘lavandaria de roupa suja’ em que os visados não são os sujeitos que nela intervieram, mas sim a empresa e logo os seus trabalhadores, é no mínimo ignóbil”, vincou.

Este sindicato questionou ainda se a comissão de inquérito terá interesse em investigar a “atitude provocatória” da administração, acusando-a de abrir uma “confrontação sem fim à vista”, com a denúncia de acordos de empresa com vista à sua caducidade.

Por outro lado, pede que se conclua se ainda faz sentido manter os acordos temporários de emergência, qual o efeito dos cortes salariais nas novas contratações, bem como que se investigue a política de contratações e “multiplicação de diretores” levada a cabo pela presidente executiva demitida, Christine Ourmières-Widener.

O sindicato defendeu assim que a comissão deve investigar os erros de gestão na TAP, com “gravíssimos prejuízos”, principalmente a “espécie de privatização”, em 2015, quando uns investidores “cooptados à pressa se limitaram a emprestar à TAP dinheiro que era da própria empresa”.

Neste período, conforme defendeu, os administradores em causa aprovaram para si próprios “obscenos ordenados” e “sacaram muitos milhões de euros para os seus bolsos” com os contratos de prestação de serviços e pré-reformas.

“[…] Destes autênticos crimes públicos contra a empresa e os seus trabalhadores que se prolongaram até à pandemia, estranhamente, ninguém parece ter vontade de falar”, lamentou.

O Sitava reiterou também que “seria criminoso” abrir qualquer processo de privatização e acrescentou que a posição estratégica da TAP não pode ficar nas mãos e à mercê de “um qualquer grupo económico”.