Numa conferência de imprensa junto à entrada da Escola José Falcão, em Miranda do Corvo, no distrito de Coimbra, André Pestana salientou que a luta iniciada em dezembro em defesa da escola pública visa “melhores condições de trabalho dos docentes, mas também melhores condições de aprendizagem para os alunos”.
“Prevemos que janeiro vai ser um mês de grande luta, que vai culminar no dia 14 com uma grande marcha em Lisboa”, disse o dirigente sindicalista, referindo que o STOP está “totalmente disponível para negociar” com o Ministério da Educação.
Segundo André Pestana, da parte da tutela tem existido, “infelizmente, um silêncio e ataques pessoais”.
“Esperemos que o ministério e o ministro tenham bom senso, porque, se não o tiverem, [janeiro] vai ser um mês inesquecível ao nível de lutas sociais nas escolas”, disse.
A partir de quarta-feira, a greve estende-se ao pessoal não docente, “que também tem uma avaliação com quotas, salários muito baixos e direito também à Caixa Geral de Aposentações, entre outras”, acrescentou o sindicalista.
“A defesa da escola pública tem de ser um desígnio nacional (…) que devia unir todos os portugueses”, independentemente de serem “mais à esquerda ou mais à direita”, sublinhou.
Na marcha agendada para o dia 14 de janeiro, em Lisboa, André Pestana espera juntar largas “dezenas de milhar de pessoas”, tendo em conta a participação na manifestação ocorrida na capital em dezembro, que segundo o sindicato terá juntado cerca de 25 mil professores.
A greve iniciada em dezembro pelo STOP foi justificada pelo sindicato com a alegada intenção do Ministério da Educação de passar a gestão do recrutamento docente para conselhos intermunicipais de diretores sem ter em conta a graduação profissional.
Em resposta, o ministro da Educação, João Costa, acusou então André Pestana de mentir, garantindo que não há qualquer processo de municipalização da contratação de professores e que a antiguidade dos professores vai ser o critério no modelo que está a ser negociado com os sindicatos para a vinculação dos professores.
O STOP reclama também respostas a questões como a falta de aumento salarial que compense a inflação, que motiva a “falta de professores”, a ausência de contagem de tempo de serviço que esteve congelado, as quotas de acesso aos 5.º e 7.º escalões, a penalização na aposentação após 36 anos de serviço e a vinculação dinâmica dos contratados.
Além da conferência de imprensa, quase uma centena de docentes e não docentes participaram hoje num cordão humano junto à Escola José Falcão de Miranda do corvo, empunhando cartazes com as suas reivindicações e distribuindo panfletos pelos pais dos alunos.
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