“Hoje, dia 07 de julho, segundo dia greve, os trabalhadores foram surpreendidos pela decisão da empresa em colocar um trabalhador pertencente ao local de trabalho do Rossio, violando grosseiramente o direito legítimo à greve em curso, a realizar comboios na Linha do Sado no período e restantes dias de greve”, acusa o sindicato em comunicado.

A agência Lusa tentou obter um comentário por parte da CP, o que não foi possível até ao momento.

Os trabalhadores comerciais da Linha do Sado (entre o Barreiro e Praias do Sado-A) cumprem esta semana uma greve parcial, entre as 05:00 e as 08:00, contra a gestão operacional da CP, que dizem colocar trabalhadores “em trabalho extraordinário excessivo”, e exigindo a reposição total da oferta de comboios a nível nacional.

O SFRCI diz ainda que os trabalhadores estão contra a proposta de regulamento de carreira apresentada pela CP, que “extingue as categorias profissionais de operação de revisão e venda e operação venda e controlo e os técnicos comerciais”.

Apontando uma “taxa de adesão maciça”, na ordem dos 90%, no primeiro dia da paralisação, o sindicato acusa também a CP de ter violado a decisão do tribunal arbitral “que obrigava a empresa a indicar os quatro comboios de serviços mínimos que iria realizar”.

A estrutura sindical diz não ter, “até ao dia de hoje, recebido qualquer indicação” a este propósito, o que “impediu o sindicato de designar os trabalhadores que ficariam adstritos à prestação dos serviços mínimos definidos”.

“Os trabalhadores em greve têm cumprido escrupulosamente com a decisão do tribunal arbitral referente aos serviços mínimos e são agora confrontados com uma clara violação do direito à greve e com uma decisão do Conselho de Administração da CP fora da lei”, sustenta o SFRCI.

Garantindo que a direção do sindicato “vai apresentar denúncia a todas entidades competentes”, o SFRCI assegura que “os trabalhadores da CP vão continuar a lutar pelos seus direitos, colocados em causa por um Conselho de Administração que continua a pactuar com discriminações grosseiras”.