“É importante relembrar que esta problemática não é recente e tem vindo a agravar-se nos últimos anos tendo o SEP sistematicamente exigido, junto do Ministério da Saúde que sejam tomadas as medidas que permitam minimizá-lo”, refere o sindicato em comunicado.
Para o SEP, o aumento das agressões que têm vindo a ser registadas resulta de vários fatores e podem ser minimizadas com “maior investimento no SNS e a maior articulação entre os vários serviços – Cuidados de Saúde Primários e hospitalares”.
Defende ainda a admissão de profissionais de saúde de acordo com as necessidades dos serviços, o reforço das equipas nos períodos mais sensíveis, nomeadamente, durante os períodos da gripe.
A existência de profissionais de saúde especializados, que possam ter nas salas de espera das instituições “uma atuação que potencie diminuir a ansiedade de doentes e familiares” é outra medida defendida pelo SEP.
Para o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, “o Ministério da Saúde é responsável pelo especial risco a que os enfermeiros estão sujeitos”.
“A tentativa do Governo/ Ministério da Saúde de ‘fazer mais com menos’ não admitindo o número de profissionais de saúde é uma das principais razões para o agravamento desta realidade”, sublinha no comunicado.
Uma enfermeira foi agredida na madrugada de quarta-feira nas urgências do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, tendo o caso sido entregue às autoridades policiais, que identificaram os agressores.
No final da semana passada foram noticiadas duas alegadas agressões a médicos, uma no Centro Hospitalar de Setúbal e outra no Centro de Saúde de Moscavide, em Loures, distrito de Lisboa.
Dados divulgados pelo Governo referem que foram reportados, nos primeiros nove meses de 2019, 995 casos na plataforma criada pela Direção-Geral da Saúde (DGS), mais do que em todo o ano de 2018 (953 casos), sendo as injúrias o principal tipo de notificação, representando cerca de 80% do total.
Na segunda-feira, o Governo anunciou a criação de um gabinete de segurança na saúde, na dependência da ministra da Saúde, para ter uma abordagem mais sistemática dos problemas da violência contra os profissionais de saúde.
O Ministério da Administração Interna (MAI) irá também colocar um oficial das forças de segurança junto do gabinete da ministra da Saúde, que irá coordenar a avaliação das áreas de maior risco, já identificadas, e a avaliação das características físicas numa perspetiva de segurança de algumas instalações de saúde, fundamentalmente de hospitais e, se necessário, de centros de saúde para que sejas dadas as recomendações adequadas que permitam melhorar as condições de segurança dos profissionais, segundo o ministro Eduardo Cabrita.
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