Numa carta dirigida à presidente da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), Guilhermina Rego, aquele sindicato garante que não estará na reunião em que participarão a ministra Ana Paula Vitorino e membros do Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística (SEAL).

Após uma reunião em que as conclusões anunciadas foram deliberadas por “unanimidade”, aquele sindicato afirmou “repudiar qualquer tentativa política de consagrar [o presidente do SEAL, António] Mariano como interlocutor dos trabalhadores deste porto”.

Recusa ainda que o SEAL seja “parceiro social” no que toca ao Porto de Leixões.

Na mesma carta, dão ainda conta da sua repulsa por “qualquer tentativa política e individual de quebrar a coesão da estrutura federativa nacional em que o sindicato se integra”.

“O nosso sindicato defende e promove a livre filiação e não acredita em monopólios sindicais, nem do nosso sindicato nem [em] nenhum da federação a que presido”, afirmou o representante dos estivadores do Norte, Aristides Peixoto, quarta-feira na audição da comissão parlamentar de Trabalho e Segurança Social, a pedido do Bloco de Esquerda (BE).

Lembrando terem “convidado em agosto, a ministra do Mar a visitar o Porto de Leixões”, mas que a visita foi “sendo sucessivamente adiada para agora ganhar este incompreensível formato”, aquele sindicato acha, na carta, incompreensível este comportamento, frisando “representar a quase totalidade dos estivadores de Leixões” e ser “o único sindicato de Leixões que tem uma convenção coletiva acordada com as empresas de estiva”.

A carta prossegue com o sindicato a enfatizar o ter assegurado “aumentos de 4% para este ano” e “melhorias de condições” nos “últimos 23 anos consecutivos”, algo sem paralelo “em qualquer outro porto representado pelo SEAL”, vincando ainda que o porto de Leixões “nunca deixou de funcionar” enquanto “tantos outros portos do país estão paralisados ou continuam massacrados por greves sucessivas”.

Perante isto, lamentam que a governante “em vez de levar o sucesso de Leixões para o país”, se proponha a “trazer os problemas do resto do país para Leixões”.

Assumindo-se como “homens livres” que escolhem “com quem se sentam à mesa”, os sindicalistas recusam-se a dialogar com o “senhor Mariano” de quem dizem “faz da intimidação física método negocial”, acusando-o ainda de “prejudicar a sua classe, os seus colegas, o seu setor e o seu país”.

Desagradados por o líder do SAEL ser recebido na APDL, consideram essa atitude “cúmplice dos métodos, objetivos e dos crimes que têm sido cometidos”.

“É uma manifestação de temor”, conclui o sindicato, defendendo que o porto de Leixões “não pode nem será confundido com estas realidades” nem usado como “moeda de troca nas negociações políticas de um ministro”.

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