Cerca de duas centenas de funcionários judiciais concentraram-se hoje novamente no Campus de Justiça, em Lisboa, gritando palavras de ordem como “Costa, escuta, os oficiais de justiça estão em luta”, alguns envergando camisolas pretas onde se lia “justiça para quem trabalha nela”.
O sindicalista António Albuquerque disse aos jornalistas que, devido à greve parcial - das 09:00 às 11:00 da manhã - dos funcionários, vários tribunais do Campus estavam parados e dezenas de diligências foram adiadas.
“Queremos que a nossa carreira tenha um reconhecimento justo através de um estatuto digno”, disse António Albuquerque, lembrando que “o oficial de justiça sustenta o sistema de justiça”.
O Ministério da Justiça marcou uma nova reunião com o sindicato para dia 11 e ficou de entregar antes um documento visado pelas finanças.
“Isto revela também a forma como o ministério da Justiça depende a 100% das Finanças e um ministério que regula e sistema o pleno funcionamento de um órgão de soberania como são os tribunais estar manietado e controlado pelo Ministério das Finanças é gravoso”, referiu o sindicalista, lembrando que decorrem várias greves no setor que “não foram concertadas”.
“O Ministério da Justiça tem sido um parente pobre para todos os governos”, acrescentou.
Após um conjunto de greves parciais de duas horas diárias que decorre desde 05 de novembro e termina a 31 de dezembro, está marcada para janeiro uma greve nacional durante uma semana.
Para sexta-feira está marcada uma greve para toda a comarca de Lisboa.
Além de um estatuto que reconheça a complexidade funcional do que os oficiais de justiça fazem, o sindicato exige também o preenchimento de 1.400 vagas e o preenchimento das 750 promoções que faltam.
Atualmente, no setor da justiça, decorrem greves dos juízes, guardas prisionais e funcionários judiciais.
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