Em declarações aos jornalistas, o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, explicou que o valor de proposta de aumento salarial dos médicos pela tutela se mantém nos 5,5%.
“[O Ministério da Saúde] não ofereceu nada de novo, (…), e, por isso, vamos ter alguma dificuldade em chegar a um acordo”, afirmou, ressalvando que o Governo deveria “ser mais com os médicos”.
“Quando solicitamos um aumento faseado de 30% lembramos que os médicos têm tido um aumento inferior à média da Administração Pública e muito longe da inflação, e, por isso, esperamos que o Governo seja sensível a essa questão”, sustentou.
Por sua vez, a presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fnam), Joana Bordalo e Sá, mostrou perplexa por ter recebido apenas os documentos por parte do Governo ao fim da noite de segunda-feira.
“Foi com alguma perplexidade que recebemos a documentação enviada pelo ministério ontem [segunda-feira] à noite às 23:58, sendo que nestes documentos não estão vertidas por escrito aquelas decisões — aquelas aproximações — que achávamos que havia relativamente às condições de trabalho, nomeadamente à reposição das 35 horas de trabalho e (…) ao faseamento do serviço de urgência de 18 para 12 horas. Essa parte ainda está a ser resolvida”, realçou.
De acordo com Joana Bordalo e São, os médicos “não podem ficar esquecidos” e espera “chegar a acordo e a bom porto”, durante a reunião com o ministro da Saúde, Manuel Pizarro.
Ainda assim, a dirigente sindical lembrou que a Fnam vai continuar a apoiar todos os médicos que tiverem dificuldades em entregar os pedidos de escusa, vai manter a greve nacional de 14 e 15 de novembro e deslocar-se-á a Bruxelas para se encontrar com a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides.
Os sindicatos dos médicos e o ministro da Saúde estão esta tarde novamente reunidos, após a ronda negocial de domingo que durou mais de nove horas e terminou sem acordo já na madrugada de segunda-feira.
Hoje, junto ao Ministério da Saúde, Manuel Pizarro, voltou a dizer que o Governo “tem feito um esforço sucessivo” para atender às reivindicações dos sindicatos.
As negociações entre o Ministério da Saúde e o SIM e a Fnam iniciaram-se há 18 meses (ainda em 2022), mas a falta de acordo tem agudizado a luta dos médicos, com greves e declarações de escusa ao trabalho extraordinário além das 150 horas anuais obrigatórias, o que tem provocado constrangimentos e fecho de serviços de urgência em hospitais de todo o país.
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