“A Direção Nacional do SEP, face aos dados em cima da mesa ao dia de hoje, decidiu manter a greve”, disse à Lusa a presidente deste sindicato, Guadalupe Simões, que insistiu que só a concretização dos compromissos assumidos pela tutela pode desconvocar a greve.

A concretização do pagamento do suplemento de 150 euros aos enfermeiros, o regresso das negociações para a revisão da carreira e a passagem das 40 para 35 horas semanais dos enfermeiros com Contrato Individual de Trabalho são algumas das reivindicações.

Mas, para Guadalupe Simões, mais premente do que aquelas questões é a entrada imediata de novos enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde (SNS), referindo que são precisos 500 novos profissionais em março, e em igual número em cada um dos dois meses seguintes.

“Sem isto não há condições para não fazermos esta greve”, disse Guadalupe Simões, acrescentando a necessidade de se regularizar o pagamento das horas extraordinárias prestadas pelos enfermeiros.

Segundo a presidente do SEP, “a maioria das instituições” não deu cumprimento à ordem do Governo para que esses pagamentos fossem regularizados até final de 2017, exigindo agora o pagamento em duas tranches, em março e abril.

“Os enfermeiros estão confrontados com uma série de problemas e a inércia do Ministério da Saúde agravou esses problemas. Não aceitamos mais esta situação de protelar, protelar, protelar”, afirmou Guadalupe Simões.

As próximas reuniões de negociação com a tutela estão agendadas para 08 e 13 de março, para discutir, entre outros temas, o protocolo negocial para a revisão da carreira.

O SEP marcou para os dias 22 e 23 de março uma greve nacional de enfermeiros no setor público contra a não concretização dos compromissos assumidos pelo Ministério da Saúde.