"A nossa única interpretação é que este Governo mantém uma atitude de fachada. O ministro de Educação disse, a 4 de junho, que tinham uma grande cultura democrática porque convidou todos os sindicatos. Quando eles [o ministério da Educação] viram que no passado o mês de junho continuávamos [com a greve], deixaram de convidar. Só pode ser discriminação política no sentido que há filhos e enteados", acusou em declarações à Lusa, o dirigente do S.T.O.P André Pestana.
Na véspera de mais uma ronda de negociações entre a tutela da Educação e os sindicatos sobre a carreira de docente, marcada para sexta-feira, e a propósito de uma vigília de professores em Braga marcada para esta noite, o S.T.O.P afirma que "não tem sentido" não estar envolvido no processo.
Contactado pela Lusa, o Ministério da Educação afirmou que "em 18 de novembro de 2017 foi assinado entre o Governo e 11 associações sindicais uma Declaração de Compromisso em que, entre outros, foi acordado encetar processo negocial com vista à definição de um modelo de recomposição da carreira docente".
Segundo explica o ministério de Tiago Brandão Rodrigues, "foi com esses sindicatos que o Governo iniciou, cerca de um mês depois (15 dezembro 2017), o processo negocial para a discussão daquele modelo, tendo as sucessivas reuniões decorrido com aqueles mesmos participantes. Trata-se assim de um processo aberto e mantido com um conjunto de sindicatos, na sequência de um Acordo prévio - Declaração de Compromisso".
Sobre a argumentação da tutela, que reconheceu André Pestana "já ter sido dada ao sindicato", o S.T.O.P refere que "não tem sentido".
"A Declaração de compromisso foi assinada com os sindicatos que existiam em novembro. Ora, nós, S.T.O.P só nos legalizamos em fevereiro pelo que é óbvio que não podíamos estar ali incluídos", disse.
O sindicalista salientou que "até podia ser dada de barato" a argumentação do ministério da Educação mas que "a desculpa perde todo o sentido uma vez que o S.T.O.P foi convidado para as reuniões de dia 4 de junho, de dia 6 e de dia 16 e só depois deixou de o ser".
O S.T.O.P realça que o convite deixou de ser feito porque o sindicato não desistiu da luta.
"Quando os sindicatos não têm uma atitude firme e já tem assinado acordos que não são sufragados pela classe, que criaram uma paz artificial, com esses continuam a reunir, quando há sindicatos que não assinam nada sem votar à votação dos colegas e que não desistem e continuam com as greves, deixam de ser convocados. Há os filhos e os enteados", concluiu o sindicalista.
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