O Papa celebrará hoje uma missa que assinala a abertura do Sínodo.
Esta assembleia de bispos, convocada pelo Papa Francisco e que decorre até ao dia 27, vai refletir sobre o tema “Amazónia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”, procurando responder às “injustiças” nesta região, que se estende por nove países da América do Sul, mas que é considerada vital para o resto do planeta, de acordo com o documento preparatório do sínodo.
O Sínodo dos Bispos é uma reunião de todo o episcopado católico em torno de um tema urgente para a Igreja e que, entre outros objetivos, visa promover o diálogo da instituição cristã com o povo do mundo inteiro, através de seus bispos.
No documento preparatório do sínodo, divulgado em fevereiro, o Vaticano explicava que a Igreja é chamada “a responder a situações de injustiça na região, como o neocolonialismo das indústrias extrativas, projetos de infraestrutura com danos para a biodiversidade e a imposição de modelos culturais e económicos aos povos locais”.
A situação dos “povos indígenas, costeiros e afrodescendentes” é um dos temas a abordar, assim como a falta de religiosos nessas áreas.
O documento de trabalho para o Sínodo Especial dos Bispos de 2019 foi divulgado em junho e aborda o tema dos “novos ministérios” para responder às necessidades dos povos amazónicos, admitindo a ordenação sacerdotal de homens casados.
Afirmando que o celibato é um dom da Igreja, o documento solicita, no entanto, que em áreas mais remotas seja estudada a possibilidade de ordenação sacerdotal de idosos, preferencialmente indígenas, respeitados e aceites pela sua comunidade, mesmo que tenham uma família constituída e estável.
O objetivo desta proposta em debate é assegurar os sacramentos que acompanham e sustentam a vida cristã.
O documento também defende um maior papel para as mulheres na Amazónia.
“É solicitado o reforço do papel dos leigos, e especialmente das mulheres, cuja presença nem sempre é levada em conta de forma adequada”, segundo o documento, que sugere mais envolvimento das mulheres na área da formação, especialmente em teologia, catecismo, liturgia e escola de fé.
“Solicita-se que as vozes das mulheres sejam ouvidas, que sejam consultadas e participem na tomada de decisões para que assim possam contribuir com a sua sensibilidade à sinodalidade eclesial”, lê-se no documento.
Recentemente a associação internacional de mulheres católicas Vozes de Fé criticou o facto de as religiosas não terem direito ao voto nos Sínodos dos Bispos, denunciando que, nos dois últimos sínodos, o direito ao voto foi estendido, além dos bispos, aos religiosos, mas não às religiosas”.
Porém, estas “superam em número os irmãos em todo o mundo” e as madres superiores “têm o mesmo estatuto canónico dos superiores masculinos”.
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