Os pré-avisos de greve para estas duas unidades de saúde ainda não foram emitidos, mas em conferência de imprensa no Porto, o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (SINTAP), José Abraão, antecipou que haverá paralisação no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, a 06, 07 e 08 de agosto e, durante todo o mês, no “recebimento de taxas moderadoras” no Hospital da Figueira da Foz.
O SINTAP está ainda a estudar a possibilidade de greves no Instituto Português de Oncologia e no Hospital de São João, ambos no Porto, e no Hospital Universitário do Algarve, como forma de luta por novos recrutamentos de assistentes e técnicos operacionais, progressões na carreira e aplicação de acordos coletivos de trabalho.
As decisões, tomadas na reunião de hoje da comissão executiva nacional do SINTAP, que assinala os 40 anos da organização, juntam-se à greve dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica marcada para sexta-feira.
“Celebramos 40 anos com enormes preocupações. Atingiu-se um nível de exaustão de tal ordem [nos trabalhadores] que não faz sentido manter as coisas como estão”, disse José Abraão, em declarações aos jornalistas.
O secretário-geral do SINTAP lembrou ter celebrado, a 01 de julho de 2018, “um acordo coletivo de trabalho que abrange 35 hospitais EPE [Setor Público Empresarial], mas que não está a ser cumprido no que diz respeito ao descongelamento de carreiras”.
“Daí a greve prevista para dia 19, os pré-avisos de greve para os hospitais Coimbra e Figueira da Foz e possibilidade de greves no Centro Hospitalar de São João e no IPO, no Porto”, acrescentou.
O responsável defende “novos recrutamentos” de assistentes operacionais nos hospitais, vincando estarem em falta “mais de dois mil funcionários”.
“Cada vez mais vai sendo difícil recrutar trabalhadores para a função pública, pela política dos baixos salários. Pouco atrativo é hoje o emprego público”, alertou.
Quanto à progressão nas carreiras, José Abraão fala na sua “inexistência”, já que as pessoas são “empurradas” para “chegar ao topo ao fim de 90 ou 100 anos”.
Em causa estão funcionários com “dez, 15 ou mais anos de serviço que permanecem na base remuneratória das suas carreiras” com “remunerações semelhantes aos trabalhadores recém-admitidos”.
“Precisamos de trabalhadores motivados, melhor remunerados e com condições para desempenhar as suas funções”, frisou o secretário-geral.
O SINTAP defende ainda a “abertura à ADSE aos trabalhadores em regime de Contrato Individual de Trabalho”.
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