Rússia e Turquia, que apoiam forças opostas no conflito sírio, anunciaram esta quinta-feira um cessar-fogo que está a ser cumprido, apesar de, escreve a Reuters, terem sido registadas violações nas primeiras horas.
Agências de monitorização e rebeldes reportaram confrontos logo a seguir à tréguas, que entraram em vigor à 00h00 (22h00 em Lisboa), entre governo e insurgentes na fronteira provincial entre Idlib e Hama, assim outros incidentes isolados. No entanto, horas mais tarde, o cessar-fogo prevaleceu e a situação acalmou.
Adianta ainda a Reuters que o ministro dos Negócios Estrangeiros russo deixou a porta aberta para que os EUA se juntem ao processo de paz assim que Donald Trump assumir funções, a 20 de janeiro. O responsável deseja ainda que o Egito, a Arábia Saudita, Qatar, Iraque, Jordânia e as Nações Unidas se associem ao esforço de paz encabeçado pela Turquia e pela Rússia.
Mais de 300 mil pessoas já perderam a vida no conflito e 11 milhões foram obrigadas a abandonar as suas casas.
O acordo de cessar fogo foi anunciado ontem pelo Presidente russo, Vladimir Putin, e confirmado pelas Forças Armadas sírias e a oposição. O chefe de Estado turco, Recep Tayyip Erdogan, cujo país apoia os rebeldes, disse que o acordo é uma “oportunidade histórica” para acabar com a guerra que provocou milhares de mortos e milhões de refugiados. O ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, Walid Muallem, considerou que o cessar-fogo é uma “oportunidade real” para encontrar uma “solução política” para o conflito. Devem seguir-se as conversações de paz.
Estas tréguas ocorrem uma semana depois de as forças fieis ao regime terem assegurado o controlo de Alepo.
Este acordo é o primeiro a ser mediado pela Turquia e a ter uma incidência nacional desde a trégua de setembro, que durou uma semana, até vários incidentes violentos terem feito cair o cessar-fogo. Uma outra trégua tinha sido alcançada em fevereiro, tendo sido ambas mediados pelos Estados Unidos e pela Rússia.
A Rússia é um dos importantes apoios do Presidente da Síria, Bashar al-Assad, e está a intervir militarmente no conflito desde setembro do ano passado. Já a Turquia apoia as forças da oposição.
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