“Cerca de 4,8 milhões de crianças nasceram na Síria desde que começou o conflito, há nove anos. Mais um milhão nasceram como refugiadas em países vizinhos. Continuam a enfrentar as devastadoras consequências de uma guerra brutal”, declarou a Unicef em comunicado.
Em 2015, viveu-se uma onda migratória, da Síria para outros países vizinhos, na fuga da escalada de uma guerra civil iniciada em 2011, que se tornou num conflito global.
Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), a Turquia é o país que mais refugiados alberga, com 3.589.289, um número que Ancara quer reduzir.
“A guerra na Síria regista outro marco vergonhoso hoje”, lamentou a diretora executiva da Unicef, que fez uma visita à Síria na semana passada e afirmou que, à medida que o conflito entra no décimo ano, “milhões de crianças entram na sua segunda década de vida rodeadas de guerra, violência, morte e deslocamento”.
Segundo dados verificados pela Unicef, entre 2014 e 2019 “mais de 9.000 crianças foram assassinadas ou feridas no conflito” e “cerca de 5.000 crianças, algumas com apenas sete anos, foram recrutadas para a luta”.
Da mesma forma, “cerca de 1.000 instalações educativas e médicas foram atacadas”, de acordo com a Unicef, que especificou que tratando-se apenas de números verificados é “provável que o verdadeiro impacto da guerra nas crianças seja maior”.
“O contexto na Síria é um dos mais complexos do mundo. A violência e o conflito ativo continuam lamentavelmente em vários locais”, disse no comunicado o diretor para o Médio Oriente e Norte de África na Unicef, Ted Chaiban, que também esteve na Síria.
Noutras partes da Síria, onde o conflito cessou, as crianças estão a “religarem-se com parte da infância perdida”, reconstruindo lentamente as suas vidas.
No noroeste da Síria, onde se trava uma ofensiva governamental síria contra o último bastião opositor, mas que agora vive um cessar fogo há mais de uma semana, “mais de 960.000 pessoas, incluindo mais de 575.000 crianças, foram deslocadas desde 01 de dezembro de 2019″, segundo a Unicef, que considera que é a pior crise humanitária desde o início da guerra.
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