Em declarações à agência Lusa, o chefe de divisão de geofísica do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Fernando Carrilho, disse que o sismo, de magnitude 3,4 na escala de Richter e que teve uma intensidade estimada de IV (na escala Mercalli modificada), ocorreu numa zona que "tem historial de geração de sismos de magnitudes razoavelmente superiores” à verifica no abalo de hoje.

"Estamos a falar de um [sismo] 3,4. À partida é um sismo pequeno, mas como ocorre muito próximo de zonas densamente habitadas acaba por ser percecionado pelas pessoas", explicou.

Questionado pela Lusa, Fernando Carrilho disse que as autoridades não consideram que haja qualquer alteração na atividade sísmica desta área e que o sismo de hoje é considerado "normal para esta zona".

"Houve outros sismos recentes que também tiveram este efeito, nomeadamente um a sudoeste de Oeiras, não há muito tempo", disse o responsável, acrescentando: "Acabam por ser bastante sentidos por serem sismos que ocorrem muito próximo das zonas habitadas".

O sismo de hoje ocorreu na mesma zona do de 1531, um dos maiores sismos que atingiu Lisboa, e do chamado sismo de Benavente (1909).

Segundo o IPMA, o abalo, com uma magnitude de 3,4 e uma intensidade IV, foi registado pelas 09:51 e teve o epicentro a oito quilómetros a este de Loures e a 15 quilómetros de profundidade.

Contactado pela Lusa, o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Lisboa indicou, pouco depois das 10:00, não ter registo de ocorrências associadas a este sismo.

O sismo de 1531, na Região de Lisboa e Vale do Tejo, ocorreu entre as 04:00 e as 06:00 do dia 26 de janeiro.

Foi particularmente violento e destrutivo em toda esta região, nomeadamente em Lisboa, Santarém, Almeirim, Azambuja e Vila Franca de Xira, embora tenha sido também sentido noutras regiões do país, nomeadamente em Setúbal, na região oeste e em certas zonas do Alentejo e da Beira Litoral.

O sismo de Benavente ocorreu a 23 de abril de 1909, destruiu quase por completo os aglomerados de Benavente, Samora Correia e Santo Estêvão e teve magnitude de 6,0 graus na escala de Richter e uma intensidade máxima estimada de X na zona de Benavente e de Samora Correia. O campo macrosismico foi particularmente extenso tendo havido efeitos materiais (intenside de VI ou superior) em Lisboa, Setúbal e Évora, de acordo com informação do IPMA.

Os sismos são classificados segundo a sua magnitude como micro (menos de 2,0), muito pequeno (2,0-2,9), pequeno (3,0-3,9), ligeiro (4,0-4,9), moderado (5,0-5,9), forte (6,0-6,9), grande (7,0-7,9), importante (8,0-8,9), excecional (9,0-9,9) e extremo (superior a 10).

De acordo com o IPMA, a escala de Marcalli modificada, que contempla XII níveis, classifica com a intensidade IV um sismo moderado. A este nível, os objetos suspensos podem baloiçar, a vibração é semelhante à provocada pela passagem de veículos pesados ou à sensação de pancada duma bola pesada nas paredes. Os carros estacionados podem igualmente balançar, a janelas, portas e loiças tremer e pode acontecer que vidros e loiças choquem ou tilintem. Na parte superior deste grau as paredes e as estruturas de madeira rangem.

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