O elevado número de mortos ou desaparecidos, 18.500 pessoas, foi causado principalmente pelo gigantesco tsunami, que varreu a costa do nordeste japonês, pouco depois do sismo de magnitude 9, na escala de Richter.
As ondas invadiram também a central de Fukushima Daiichi, onde os núcleos de três dos seis reatores entraram em fusão e deixaram inabitáveis várias cidades durante anos, devido às radiações. Dezenas de milhares de residentes foram obrigados a sair das suas casas, depois de criada uma zona de exclusão.
Este foi o pior acidente nuclear desde Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.
Numerosas cerimónias públicas e privadas estão previstas na prefeitura de Fukushima, bem como em Tóquio, e um minuto de silêncio vai ser observado às 14:46 (05:46 em Lisboa), hora do sismo de Tohoku (nordeste) de 2011, um dos mais violentos a ser registado no mundo.
Em Miyagi, uma das três prefeituras do nordeste japonês, na ilha de Honshu, mais atingidas pela catástrofe, operações de busca vão ser organizadas pelos habitantes, que esperam ainda encontrar os restos mortais de um ente querido.
As hipóteses parecem diminutas, mas os restos de uma mulher, arrastada pelas gigantescas ondas de há dez anos, foram identificados na passada semana.
Em 13 de fevereiro, um sismo de magnitude 7,3 lembrou o risco sísmico permanente ao largo do Japão. Mais de uma centena de pessoas ficaram feridas nesta ocorrência, considerada uma longínqua réplica do sismo de 2011.
Hoje, em Tóquio, ainda sob estado de emergência devido à pandemia da covid-19, cerimónias restritas vão decorrer no teatro nacional do Japão, com discursos previstos do imperador Naruhito e do primeiro-ministro, Yoshihide Suga.
A pandemia vai marcar presença também em outras cerimónias, como em Taro (região de Miyagi), onde os residentes têm por hábito concentrar-se para rezar no alto da proteção antitsunami, de mãos dadas. Este ano, vão respeitar o distanciamento físico, imposto pela covid-19.
Estas cerimónias realizam-se duas semanas antes da partida prevista, em Fukushima, da chama olímpica no percurso para Tóquio2020, que a organização vê como os Jogos Olímpicos “da reconstrução”.
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