“Queremos, e estamos apostados, numa reestruturação que seja feita com coragem e com objetivos claros e transparentes”, refere o sindicato em comunicado.

Para o SITEMA, a TAP é uma empresa vital e estratégica para o nosso país, “o seu papel é importantíssimo para a indústria do turismo, para a ligação à diáspora, pela posição geográfica do país, pela captação de divisas tão importantes para o equilíbrio da balança corrente e, por último, pelo seu potencial enquanto indústria que trabalha com tecnologia de ponta e mão-de-obra altamente qualificada e especializada”.

O sindicato apela assim a uma reestruturação que sirva os interesses da TAP “e que limpe da equação todos os que não servem a TAP, mas que se servem da TAP”.

“Os colaboradores da TAP nunca foram parte do problema, antes pelo contrário, é devido ao seu profissionalismo, dedicação e empenho, que a empresa granjeou o bom nome que tem em Portugal e no mundo, é graças aos seus trabalhadores que esta é uma das poucas marcas portuguesas conhecidas e respeitadas no mundo”, sinaliza.

“Nós, trabalhadores desta tão prestigiada empresa, estamos cansados de carregar às costas um peso e um estigma para o qual não contribuímos, não somos nós o problema da TAP, não fomos nós que contribuímos para o atual estado da empresa, fomos e somos nós que sempre nos sacrificámos e acreditámos que a TAP tem solução e vamos lutar por ela”, acrescenta.

No negócio da manutenção de aeronaves, segundo o SITEMA, a TAP sempre se orgulhou de ter um nome respeitável com inúmeros clientes e prémios a nível internacional.

“A área da Manutenção de Aeronaves, seguramente é uma das grandes responsáveis por um dos maiores bens da TAP, a sua segurança, e é também devido ao trabalho e profissionalismo dos seus técnicos de manutenção de aeronaves, que a sua operação é uma das mais seguras, não só da Europa, mas do mundo, como ficou demonstrando recentemente num estudo com as maiores companhias aéreas mundiais”, refere.

A TAP não poderá assim correr o risco de diminuir a sua dimensão e com isso comprometer o seu futuro, refere.

“Acima de tudo, neste momento é importantíssimo que sejam criadas as condições de organização, competência, rigor organizacional e de gestão, que possibilitem aquilo pelo qual todos nós lutamos no nosso dia-a-dia: o sucesso e a dignificação da empresa e do nome de Portugal”, finalizam.

Na quarta-feira, a Autoridade da Concorrência (AdC) deu 'luz verde' ao reforço do Estado na TAP, com a aquisição de 22,5% do capital da companhia, que se somam aos 50% já detidos pela Parpública.

Em 02 de julho, o Governo anunciou que tinha chegado a acordo com os acionistas privados da TAP, para deter 72,5% do capital da companhia aérea portuguesa, por 55 milhões de euros.

No início de agosto, os acionistas da companhia aérea brasileira Azul, liderada por David Neeleman, aprovaram, em assembleia-geral, o acordo de saída da TAP, incluindo a eliminação de direitos de converter em ações das obrigações relativas ao empréstimo da Azul à TAP, realizado em 2016, de 90 milhões de euros, e a alienação da posição da Global AzurAir Projects na TAP.

Além do empréstimo remunerado a favor do Grupo TAP de 946 milhões - ao qual podem acrescer 254 milhões, sem que o Estado esteja vinculado à essa disponibilização -, envolveu a aquisição, por parte do Estado português, de participações sociais, de direitos económicos e de uma parte das prestações acessórias da atual acionista da TAP SGPS, Atlantic Gateway, SGPS, Lda.

Desta forma, o Estado português ficou com uma participação social total de 72,5%, sendo o restante capital detido pelo empresário Humberto Pedrosa (22,5%) e os trabalhadores (5%).

O Grupo TAP registou um prejuízo de 606 milhões de euros no primeiro semestre, dos quais 582 milhões se referem exclusivamente à aviação (TAP S.A.).