A pobreza, a escassez de alimentos e as alterações climáticas serão fatores agravantes de crises como as da Ucrânia, Afeganistão, Myanmar (antiga Birmânia), República Democrática do Congo, região do Chifre da África, Sahel e América Central, considerou.
“As políticas restritivas, a crescente polarização em torno da política de asilo e as narrativas prejudiciais sobre refugiados estão a causar grandes danos”, disse Grandi, citado pela agência espanhola de notícias Efe.
O número de pessoas que tiveram de deixar as suas casas devido a perseguições, guerras e violações de direitos humanos ultrapassou, este ano, os 100 milhões, o que mostra claramente o fracasso da comunidade internacional em encontrar soluções duradouras para conflitos e em proteger direitos fundamentais, referiu o alto-comissário das Nações Unidas.
Filippo Grandi destacou ainda que os doadores – estatais e privados – mostraram mais generosidade do que nunca este ano, mas as necessidades daqueles que foram forçados a deslocar-se cresceram ainda mais rapidamente, obrigando o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) a tomar decisões difíceis sobre prioridades.
As deslocações forçadas tornaram-se num desafio global agravado pelo facto de muitos conflitos se manterem acesos desde há muito tempo, pelo que Grandi defendeu que as soluções passam pela integração dos refugiados e deslocados nas comunidades de acolhimento, pela sua realocação em países terceiros e pelo regresso aos seus países caso as condições o permitam.
Perante a posição de alguns países que não cumprem as suas obrigações internacionais, o alto-comissário defendeu que a agência que dirige vai continuar a defender os princípios da Convenção dos Refugiados de 1951, e pediu que outras organizações e agentes façam o mesmo.
O momento para os Estados, o setor privado, a sociedade civil e as instituições financeiras reafirmarem os seus compromissos com esta causa será o II Fórum de Refugiados, que será realizado em dezembro de 2023, lembrou.
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