"Estamos a analisar pedidos de acesso consular de acordo com as nossas obrigações em conformidade com as leis internacionais e nacionais, incluindo a vontade da própria de Youlia Skripal", disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico, citado pela agência de notícias francesa AFP.

A filha do antigo espião Sergei Skripal, ambos envenenados por um agente químico, que Londres garante ser obra da Rússia, está ainda internada no hospital de Salisbury, estando consciente e já consegue falar, de acordo com a BBC.

"Boas notícias, Yulia Skripal está a recuperar bem e nós insistimos no nosso direito de a ver, de acordo com a Convenção Consular de 1968", escreveu a embaixada russa numa mensagem difundida através do Twitter, na sexta-feira.

A embaixada divulgou também uma lista de 27 perguntas endereçadas às autoridades do Reino Unida, nas quais se incluem uma atualização do estado de saúde de Skripal e qual o tratamento que estão a receber.

O caso Skripal motivou uma guerra diplomática entre o Reino Unido e a Rússia, alargando-se a dezenas de países e tendo já originado a maior onda de expulsões diplomáticas da história.

Os embaixadores de 23 países, entre eles França, Reino Unido, Alemanha, Itália, Canadá e Polónia, foram na sexta-feira convocados pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, onde foram notificados das medidas de expulsão tomadas em relação aos respetivos diplomatas.

Segundo um comunicado do Ministério russo, foi entregue aos embaixadores uma nota dando conta do protesto da Rússia quanto às acusações em relação ao caso Skripal e às expulsões “irracionais” de diplomatas russos e informando ter declarado “persona non grata” o mesmo número de diplomatas de cada país envolvido.

Moscovo respondeu da mesma forma que os países que expulsaram diplomatas russos, afastando o mesmo número de diplomatas desses países. Por exemplo, quatro diplomatas da Alemanha, do Canadá, da França e da Polónia terão de deixar a Rússia.

Treze diplomatas ucranianos também vão deixar Moscovo, um número idêntico ao número de russos que foram convidados a deixar Kiev esta semana.

Segundo uma contagem feita pela agência de notícias AFP, 56 diplomatas vão ser expulsos da Rússia após as medidas anunciadas nas reuniões de sexta-feira, em Moscovo.

A este número deve juntar-se as represálias russas contra a Austrália e a Macedónia, que ainda não foram anunciadas. Camberra expulsou dois diplomatas russos e Skopje um.

Ao todo, com o anúncio do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, na quinta-feira, da expulsão de 60 diplomatas norte-americanos, pelo menos, 119 diplomatas na Rússia vão deixar o país.

Em 17 de março, Moscovo já tinha anunciado a expulsão de 23 diplomatas britânicos e ordenado o encerramento do British Council e do Consulado Britânico em São Petersburgo.

Depois de na quinta-feira a Rússia ter anunciado a expulsão dos 60 diplomatas norte-americanos e do fecho do consulado em São Petersburgo, Moscovo está também a ponderar a retaliação em resposta às medidas anunciadas pela Bélgica, Hungria, Geórgia e Montenegro.

O caso Skripal refere-se ao ex-espião duplo de origem russa Serguei Skripal, de 66 anos, e a sua filha Yulia, de 33 anos, que foram encontrados inconscientes em 04 de março em Salisbury, no sul de Inglaterra, após terem sido envenenados com um componente químico que ataca o sistema nervoso.

O Reino Unido atribuiu o envenenamento à Rússia, que tem desmentido todas as acusações e exigido provas concretas sobre esta alegação.

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