
Os dados publicados pela Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) sobre o número de pré-avisos de greve que lhe foram comunicados mostram um aumento das paralisações entre 2017 e 2018 de 0,97%, mas analisando apenas as greves comunicadas até ao fim de outubro, que é o último mês deste ano registado.
Somando as greves dos três primeiros trimestres deste ano (435) às greves de outubro (83), verifica-se que foram comunicadas à DGERT 518 greves em 10 meses.
No mesmo período de 2017 tinham sido comunicadas 513 greves. No final do ano passado foram registadas 613 paralisações.
Em 2017, o trimestre com mais greves foi o segundo, com 182, o mesmo acontecendo este ano, com o segundo trimestre a registar 207 greves.
No mês de outubro de 2017 foram comunicadas 87 greves à DGERT, enquanto em outubro de 2018 foram comunicadas 83.
Nos últimos dois meses do ano passado a contestação intensificou-se, com um total de 100 greves.
Embora ainda não existam dados oficiais dos meses de novembro e dezembro de 2018, é expectável que a situação se repita, pois os dois últimos meses deste ano estão a ser marcados por sucessivas paralisações.
Só em dezembro já se realizaram, ou estão previstas, greves no setor da panificação, das cantinas escolares, dos ferroviários, dos supermercados, dos registos e notariados e dos centros de atendimento telefónico, entre outros.
Mas foram as greves dos enfermeiros e dos estivadores que mais marcaram este final de ano, quer pela sua duração, quer pelas suas repercussões.
Os enfermeiros, que fizeram várias greves ao longo do ano e em vários hospitais do país, têm em curso até dia 31 a chamada "greve cirúrgica", que está a levar ao adiamento de centenas de operações por dia.
Os estivadores de Setúbal estiveram em protesto mais de um mês, paralisando a atividade do porto, de onde saem os automóveis da Autoeuropa. O conflito terminou com a assinatura, no dia 14, de um acordo, sob mediação do Governo, que vai levar a uma redução considerável das situações de precariedade laboral.
Os dados da DGERT referem apenas o número de pré-avisos de greve comunicados aos respetivos serviços, não tendo em conta as paralisações que foram suspensas, nem o número de dias de greve que cada pré-aviso prevê.
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