O que faziam os seus pais?

O meu pai era industrial, como o meu avô - grande parte dos brinquedos que apareceram em Portugal eram feitos na fábrica do meu pai -, e a minha mãe trabalhava nos serviços administrativos dos Estaleiros de Viana. O meu pai já faleceu, a minha mãe está reformada.

Quem são os seus amigos?

Os meus amigos mais próximos são pessoas de dois tipos: os meus colegas de faculdade, padrinhos de filhos, padrinhos de casamento, e aqueles que ao longo da vida me têm acompanhado na luta contra a corrupção. Uma das vantagens - queria dizer isto sem ser sobranceiro - de defender boas causas é que rodearmo-nos de boas pessoas. Prezo muito a vida com os meus amigos.

Quem foi o pior primeiro-ministro de todos os tempos?

Sócrates. O José. Ganha em grande escala.

Qual o seu maior medo?

Só tenho medo de um dia vir a ter medo.

Qual o seu maior defeito?

[Pensa um pouco] Está a pensar se estou a pensar tanto porque tenho tantos defeitos que não sei qual escolher ou se porque não tenho defeito nenhum [ri]. Acho que o meu pior defeito é esquecer algumas relações pessoais no meio desta vida pública.

Quem é a pessoa que mais admira?

O meu pai.

Qual a maior extravagância que alguma vez fez?

As grandes viagens, de milhares de quilómetros, que fazia numa pequena mota quando tinha os meus 16, 17 ou 18 anos. Aliás, ainda hoje me falta um osso à conta dessas aventuras.

Qual a sua maior qualidade?

Diria a autenticidade.

Qual o seu filme de eleição?

“Les Uns et les Autres”. Porque mostra como as pessoas estando tão perto podem estar tão longe e estando tão longe podem estar tão perto. E ainda por cima é um filme de Claude Lelouch, com música notável… Há um de agora que tem de ver: “A Queda do Império Americano”. Fantástico.

Que traço de perfil tem de ter uma pessoa para trabalhar consigo?

Paciência e força psicológica.

Mente?

Nunca.

Qual a virtude mais sobrevalorizada?

Em Portugal penso que é uma estética aparente.

Se fosse um herói de ficção, quem seria?

Robin dos Bosques.

O que o faz perder a cabeça?

Normalmente a crítica sem consequência e as hesitações eternas.

O que o deixa feliz?

Estar com amigos e família.

Qual a nota mais baixa que deu a um aluno?

Provavelmente 4 ou 5.

Se pudesse mudar algumas coisa na União Europeia imediatamente, o que mudaria?

Acabava com a componente mais tecnocrática. Ou seja, toda aquela União Europeia impositiva, tecnocrática e formatado que diz que o azeite tem de estar do lado esquerdo e o vinagre do lado direito ou que as batatas têm de ter determinado diâmetro.

Se no governo pudesse trocar um ministro por outra pessoa, seria quem por quem?

Trocava Pedro Nuno Santos por Ana Gomes.

Quem não merece uma segunda oportunidade?

Quem não honra a primeira oportunidade.

Se fosse um animal, que animal seria?

Um golfinho.

Qual melhor presidente da República de sempre?

Manuel de Arriaga.

Como gostaria de ser lembrado?

Como alguém que em permanência lutou para que os que estão à sua volta tivessem condições de vida iguais às suas.

Qual a pior profissão do mundo?

Corrupto.


Esta série de perguntas rápidas faz parte da entrevista ao cabeça de lista do Nós, Cidadãos! às Eleições Europeias, disponível aqui. Paulo Morais não foi o único, leia todas as conversas com os candidatos no especial Europa 2019 do SAPO24.