A PJ e a PSP realizaram cerca de 50 buscas domiciliárias na operação que decorreu hoje de manhã no Ingote, em Coimbra, e detiveram nove indivíduos, dois deles suspeitos de tentativa de homicídio, disse a PJ, numa conferência de imprensa realizada às 11:30.

Já durante a tarde, fonte da PJ disse à agência Lusa que o número de detidos subiu para 12.

A operação, que se iniciou às 07:00, contou com mais de 300 operacionais da PJ e da PSP, e culminou com a apreensão de várias armas e munições de vários calibres, de uma "quantia significativa de haxixe e heroína", automóveis, equipamento informático e alguns "milhares de euros", informou hoje o diretor da PJ do Centro, Rui Almeida, em conferência de imprensa.

Houve detenções que ocorrem "em flagrante delito" e outras no âmbito do cumprimento de mandados, acrescentou.

Segundo Rui Almeida, que falava durante a manhã, havia também outras operações a decorrer "em Coimbra e noutros pontos do país".

A operação "desenrolou-se na sequência da proposta feita ao DIAP [Departamento de Investigação Ação Penal] de Coimbra, no âmbito de vários inquéritos pendentes, que visam a investigação de tráfico de estupefacientes, tráfico de armas e agressões físicas com armas de fogo que configuram tentativas de homicídio", explicou Rui Almeida.

Além das investigações que estavam a ser desenvolvidas, a operação, de acordo com o diretor da PJ, está também relacionada com a necessidade de "repor a segurança e tranquilidade públicas", transmitindo a mensagem de "que não há nenhum espaço que esteja de fora do alcance e poder das polícias".

Nos bairros da Rosa e do Ingote, os moradores sublinharam à agência Lusa a existência de um sentimento de insegurança cada vez maior naquela zona, assistindo-se também a um aumento do tráfico de droga.

Durante a operação, que ocorreu sem incidentes, foram também identificadas "várias pessoas", que poderão ou não ser detidas no futuro, após "avaliação dos indícios".

Rui Almeida afirmou aos jornalistas que um tiroteio que ocorreu durante a noite no bairro da Rosa terá sido "uma mera coincidência", mas que se insere no "pano de fundo" que desencadeou a operação - o sentimento de insegurança por parte da população daquela zona.

O comandante distrital da PSP de Coimbra, Pedro Teles, realçou que a operação "visou essencialmente retomar o sentimento de segurança da população, em especial no Bairro do Ingote", destacando a "excelente coordenação" entre PSP e PJ.

Na operação, estiveram envolvidos elementos da PJ de Coimbra, Aveiro e Leiria, e a PSP contou com a participação da esquadra de investigação criminal, corpo de intervenção e apoio do Grupo de Operações Especiais (GOE), entre outras unidades.