“É com uma grande emoção que o Partido Socialista tomou conhecimento da morte de Mário Soares, aos 92 anos. É uma das figuras mais importantes de Portugal, mas também do socialismo europeu, que desaparece”, afirmam os socialistas franceses, num comunicado assinado pelo primeiro-secretário do PS francês, Jean-Christophe Cambadélis.

Na nota enviada pelos socialistas franceses, Mário Soares é definido de várias formas, como “um socialista convicto” e “um militante da Europa”, mas também como “um resistente contra a ditadura”, “um promotor da Europa” e “um ator maior do socialismo”.

Um homem, segundo destacou o Partido Socialista francês, que “colocou as suas convicções ao serviço do seu país”.

“Ao longo da sua vida, Mário Soares foi um defensor incontornável das liberdades, um importante parceiro do Partido Socialista [françês], uma figura-chave na história da integração europeia”, frisaram ainda os socialistas franceses, que recordaram igualmente a amizade próxima que mantinha com o ex-Presidente francês François Mitterrand.

“Era um amigo próximo de François Mitterrand, com quem encarnou o vínculo fraterno entre socialistas portugueses e franceses, tanto na luta pela democracia, como no exercício do poder”, salientou a força partidária, estendendo as condolências, a par da família do ex-Presidente e dos portugueses, “a todo o movimento socialista europeu que hoje está de luto”.

Mário Soares morreu hoje, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internado há 26 dias, desde 13 de dezembro.

O Governo decretou três dias de luto nacional, a partir de segunda-feira.

Soares desempenhou os mais altos cargos no país e a sua vida confunde-se com a própria história da democracia portuguesa: combateu a ditadura, foi fundador do PS e Presidente da República.

Nascido a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares foi fundador e primeiro líder do PS, e ministro dos Negócios Estrangeiros após a revolução do 25 de Abril de 1974.

Primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, foi Soares a pedir a adesão à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e a assinar o respetivo tratado, em 1985. Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.