Foi num artigo de opinião publicado hoje no Diário de Notícias que José Sócrates mostrou a intenção de processar o juiz. A atuação de Carlos Alexandre “configura um inqualificável abuso de poder”, diz Sócrates, e que, por isso, deu "instruções aos advogados para apresentarem as respetivas queixas aos órgãos judiciais competentes.”

Em causa estão as declarações de Carlos Alexandre à SIC. Para caracterizar a sua situação financeira, o juiz disse não ter "amigos".

O Magistrado referiu que "não tem dinheiros em nome de amigos, não tem contas bancárias em nome de amigos”. Noutra ocasião usou a mesma expressão: “Como eu não tenho amigos, amigos no sentido de pródigos, não tenho fortuna herdada de meus pais ou de meus sogros, eu preciso de dinheiro para pagar os meus encargos. E não tenho forma de o alcançar que não seja através do trabalho honrado e sério”. José Sócrates acabou por ver uma intenção nestas palavras.

"Tal alusão (...) não pode deixar de ser entendida (...) como uma cobarde e injusta insinuação baseada na imputação que o Ministério Público me fez no referido processo”, afirma José Sócrates. O ex-primeiro ministro diz que a tese do Ministério Público, “é falsa, é injusta e é absurda”. “Nunca tive contas bancárias em nome de amigos”.

Sócrates volta a acusar o Ministério Público porque, até à data, ainda não apresentou a acusação. O prazo estipulado para que a equipa de Rosário Teixeira apresente o documento de acusação termina esta quinta-feira, 15 de Setembro.