“Tenho condições para continuar porque não cometi nenhuma ilegalidade, não fiz nada de errado, não fiz nada que fosse contraditório aos princípios do partido, limitei-me a dar voz às nossas causas e isso incomoda muita gente e é por isso que temos visto esta tentativa de assassinato político, não só por parte destes setores, mas também por parte de alguns meios jornalísticos”, afirma, em entrevista ao JN e TSF, divulgada hoje.
Em causa estão duas empresas de produção de mirtilos e framboesas nas quais Inês Sousa Real era sócia. A líder do PAN foi acusada nas últimas semanas de utilizar práticas contrárias às que o partido defende, nomeadamente estufas e agricultura intensiva, mas recusou as acusações desde a primeira hora, indicando que a exploração é de pequena dimensão, a produção é biológica e que são usados túneis.
Sousa Real indicou também que cessou quotas numa das empresas e o processo está a correr para fazer o mesmo na outra.
Na entrevista, a porta-voz sustenta que não houve “qualquer tipo de expediente” por ter cedido as quotas à sogra em 2019 e três segundos depois terem sido transferidas para o seu marido, afirmando que comunicou “à Assembleia da República quer o facto de ter as quotas, quer o facto de as ter cedido”.
“É importante que as pessoas tenham presente que era uma empresa familiar”, defende, indicando que, quando foi eleita deputada à Assembleia da República, deixou de ter tempo para se dedicar ao negócio.
E critica que “há aqui uma grande telenovela, que mais não visa do que difamar o PAN e a sua porta-voz, quando a este tempo o que devíamos estar todos preocupados é perceber o que é que os vários partidos têm para oferecer ao país”.
“Não mudaria nada no que aconteceu até hoje. Não tenho que me envergonhar por em 2012, num momento em que até a sensibilidade do ponto de vista ambiental era completamente diferente, eu e o meu marido contribuirmos para gerar emprego”, salienta igualmente.
Inês Sousa Real critica também “jornalistas ou 'comentadeiros' que vêm para as redes sociais atirar afirmações absolutamente difamatórias”, indicando que “terão de responder em sede própria, que vai ser em tribunal”.
A líder do PAN recusa ainda que a atividade da sua empresa fragilize o partido, não querendo associar esta questão aos resultados eleitorais nas legislativas de 30 de janeiro.
Apontando também que o partido espera conseguir “mais representação” e “mais responsabilidade” nas próximas eleições, indica está “disponível para formar governo e não está aqui em causa se a cor política é do PS ou do PSD”, desde que haja aproximação à agenda do PAN.
Em termos internos, “não houve saída dos militantes” e tem recebido “muito apoio”, refere, indicando também que falou com António Santos, um dos fundadores do PAN, e teve “o reforço da confiança” e “todo o apoio face a este esquema que está montado para atacar o PAN e a sua porta-voz”.
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