“Naturalmente, estarei lá com muito gosto”, disse o primeiro-ministro, em declarações aos jornalistas à margem da Cimeira União Europeia-Balcãs, em Sófia (Bulgária).
António Costa dissipou assim as dúvidas quanto à sua presença no Jamor, um dia depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, se ter recusado a confirmar se vai estar presente na final da Taça de Portugal.
O primeiro-ministro admitiu ainda que, caso não estejam reunidas condições de segurança para que a final aconteça no domingo, no Estádio Nacional, pode haver “uma mudança do local” do jogo ou este poderá ser realizado à porta fechada.
"O meu desejo, que penso que é o desejo de todos, é que haja condições para que no Jamor se possa realizar com total normalidade a final da taça. Se forem necessárias outras medidas, há uma panóplia de várias outras medidas como a mudança de local, se isso for adequado às condições de segurança, a realização sem acesso do público, há várias possibilidades", sustentou.
“Eu não sendo adepto de nenhum dos clubes, seria para mim uma enorme tristeza que a final da Taça não tivesse lugar no local próprio, no dia próprio, à hora própria, com as equipas que ganharam o direito de estar presentes na final da Taça”, afirmou.
Lembrando que “as autoridades policiais e judiciárias estão a fazer o seu trabalho, estão a tratar do que têm de tratar, e as forças de segurança também”, Costa indicou que a situação irá sendo avaliada nos próximos dias.
“Os desportistas merecem, pela sua dedicação, pelo seu trabalho, que a prova se realize. O que os adeptos do Desportivo das Aves e do Sporting merecem é que [a final] se realize com total normalidade”, acrescentou.
Na terça-feira, cerca de 50 pessoas, de cara tapada, alegadamente adeptos ‘leoninos’, invadiram a Academia de Alcochete e, depois de terem percorrido os relvados, chegaram ao balneário da equipa principal, agredindo vários jogadores, entre os quais Bas Dost, Acuña, Rui Patrício, William Carvalho, Battaglia e Misic, o treinador Jorge Jesus e outros membros da equipa técnica.
A equipa principal do Sporting cumpria o primeiro treino da semana, depois da derrota no terreno do Marítimo (2-1), que relegou a equipa para o terceiro lugar da I Liga, iniciando a preparação para a final da Taça de Portugal, no domingo, frente ao Desportivo das Aves.
Na sequência da invasão à Academia ‘leonina’, a GNR deteve 23 suspeitos, apreendeu cinco viaturas ligeiras, vários artigos relacionados com os crimes e recolheu depoimentos de 36 pessoas, entre jogadores, equipa técnica, funcionários e vigilantes ao serviço do clube.
Os detidos foram já identificados, ficaram a conhecer os factos que lhe são imputados e vão começar hoje a ser ouvidos por um juiz de instrução criminal no Tribunal do Barreiro.
O Ministério Público disse na quarta-feira que os detidos pelas agressões a futebolistas do Sporting são suspeitos de práticas que podem configurar crimes de sequestro, ameaça agravada, ofensa à integridade física qualificada, e terrorismo, entre outros.
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