Em comunicado, a Agência Nacional de Inovação (ANI) avança que, recorrendo às Compras Públicas de Inovação, o projeto, intitulado FABULOS, pretende "possibilitar o desenvolvimento sustentável do transporte público e tornar cada vez mais possível uma realidade futura com menos carros".

“Os sistemas de transportes públicos com oferta urbana vivem enormes desafios”, refere a ANI, enumerando, entre outros obstáculos, a redução das emissões de gases de estufa e do número de carros a circular nos centros das cidades.

“Acresce o facto de os sistemas de transporte atuais não estarem ainda preparados para a chegada ao mercado de viaturas autónomas, que se torna cada vez mais próxima”, salienta.

Neste projeto, a STCP integra o consórcio do Forum Virium Helsinki (Finlândia) e dos municípios de Helmond (Holanda), Gjesdal (Noruega) e Lamia (Grécia), sendo que, além da equipa da operadora portuguesa, integram este projeto mais quatro consórcios (Sensible 4 – Shotl, Mobile Civitatem, AuVeTech e Fleet Complete e o Saga).

Na primeira fase do projeto, os cinco consórcios desenvolveram um “conceito e arquitetura do sistema capaz de operar autocarros autónomos” e, na segunda fase, quatro foram “bem-sucedidos” no desenvolvimento de protótipos de serviço de ‘shuttle’ autónomos.

Neste momento, três consórcios estão a fazer testes de campo, sendo que os primeiros pilotos foram lançados em abril em Gjesdal, Helsínquia e Tallinn (Estónia) e, durante o outono, serão lançados pilotos em Lamia, Helmond e no Porto, na zona da Asprela.

Estes serviços de ‘shuttle’ vão ser testados para “assegurar a funcionalidade da operabilidade remota a partir da sala de controlo”, garante a ANI, acrescentando que os autocarros devem ser “capazes de ultrapassar autonomamente obstáculos”, como, por exemplo, carros estacionados.

“Espera-se que os ‘shuttles’ não tenham motorista e só será permitida uma pessoa da segurança a bordo se os regulamentos locais o exigirem”, salienta a agência, que refere que quando os pilotos estiverem finalizados as cidades iniciarão um “contrato público de inovação”.

Segundo a agência, o principal objetivo do contrato pré-comercial de Compras Públicas de Inovação do FABULOS é “encontrar soluções de mercado para o fornecimento e para a gestão de transportes públicos automatizados”.

Apesar da contratação pública de Inovação ter ainda “uma reduzida expressão em Portugal”, a ANI adianta que o país deverá ter, até 2021, um dos 10 Centros de Competências de Compras Públicas de Inovação da Europa.

Na Europa existem atualmente cinco Centros de Competências em Compras Publicas de Inovação, instrumento que “permite trazer às pessoas os serviços públicos mais inovadores e incentivar o desenvolvimento tecnológico nos países”.

Além de Portugal, a Estónia, Grécia, Irlanda e Itália também “estão prestes” a ter centros de competências em Compras Públicas de Inovação, garante a ANI.

O projeto FABULOS recebeu cerca de sete milhões de euros do programa Horizonte 2020, dos quais 5,4 milhões foram entregues aos diferentes parceiros de compras para despender nas fases da compra pré-comercial. Para a STCP, a União Europeia contribuiu com 912.700 euros.