“Nós decidimos [avançar com] formas diferentes e criativas de continuar esta greve, mesmo com os serviços mínimos”, disse André Pestana, que falava na entrada do auditório do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), onde se reuniu mais de uma centena de representantes de comissões sindicais e de greve hoje à tarde.
Questionado pelos jornalistas sobre que formas criativas serão essas, o coordenador do STOP referiu que as mesmas serão feitas “dentro da legalidade” e serão conhecidas “a seu devido tempo”, realçando que, por vezes, “é o efeito-surpresa que também tem algum impacto”.
No final da reunião, profissionais docentes e não docentes entoaram vários cânticos, prometendo não abrandar na luta.
“Tivemos pessoas de norte a sul do país e o que nos une aqui não é só melhores condições para quem trabalha — docentes e não docentes -, mas também para os nossos alunos, os nossos filhos e os nossos netos, daí se ver esta garra que vai continuar”, asseverou o coordenador do STOP.
Na reunião, saiu igualmente a vontade de a manifestação convocada para 11 de fevereiro juntar também os profissionais não docentes das escolas e as suas reivindicações.
“Temos de envolver toda a comunidade educativa. Devemos convidar os pais e os alunos”, defendeu André Pestana.
Para o coordenador do STOP, é necessário não voltar às formas de luta “dos últimos quarenta anos”, “com professores para um lado e não docentes para o outro”.
“Isso só nos tem levado a derrotas”, vincou, considerando que uma escola pública de qualidade é assegurada “por todos os que nela trabalham”.
Questionado sobre até quando poderá ir a greve por tempo indeterminado, iniciada em 09 de dezembro e para a qual já foram entregues pré-aviso até 24 de fevereiro, André Pestana sublinhou que essa decisão cabe aos profissionais docentes e não docentes.
“Quando for decisão dos profissionais docentes e não docentes parar esta greve ou achar que o ministro cedeu em algo significativo, nós não teremos qualquer problema em parar”, vincou.
André Pestana criticou ainda o Governo por ter “sempre milhares de milhões de euros para banqueiros e para parcerias público privadas”.
“Os bancos estão a assumir lucros recorde e a população portuguesa recorda-se muito bem de que há poucos anos, quando os bancos deram prejuízo, tivemos que dividir os prejuízos por toda a população. Agora, que dão lucro, é só para meia dúzia de acionistas, quando esses milhões são necessários na escola pública, na saúde pública, nos serviços públicos”, frisou.
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