Campanhas online dedicadas às alterações climáticas e às questões ambientais não são nada de novo. Mudam os tempos, mudam apenas as plataformas. Desta vez, a plataforma foi o TikTok, com o movimento #StopWillow e #StopTheWillowProject, que pretende parar o projeto da ConocoPhillips, um projeto de 6 mil milhões de dólares para perfurar petróleo e gás no estado do Alasca, localizado dentro da Reserva Nacional de Petróleo, uma área de 93 milhões de hectares.
A administração de Joe Biden, em relação a este projeto, colocou um travão às concessões que tinham sido acordados pelo anterior presidente Donald Trump, em 2021. Agora, após estudos de impacto ambiental, a decisão final deve estar para breve, com a principal responsável a ser a Secretária do Interior Deb Haaland.
Enquanto a decisão não acontece, as redes sociais continuam ativas e no TikTok o Willow tornou-se viral com o #StopWillow e #StopTheWillowProject, que atingiram, respetivamente, 148 milhões e 150 milhões de visualizações na aplicação.
@elisejoshi Biden isn’t a climate champion if he approves an oil drilling project. Help get the word out about Willow! @wildernesssociety #stopwillow #alaska #nativetiktok #environment #greenscreen ♬ original sound - elise
Na argumentação de quem propõe o projeto o facto de criar milhares de postos trabalho e ser uma fonte de receita para os nativos do Alasca são os principais pontos. No outro lado do espectro, os críticos acreditam que a aprovação vai contra a promessa de Biden de pôr fim a novas perfurações de petróleo em terras federais, e que aprovar a nova perfuração levaria a impactos climáticos significantes.
Desde que o movimento #StopWillow ganhou importância nas redes sociais, os ativistas afirmam que mais de um milhão de cartas foram enviadas para a Casa Branca. Apesar de ser um número muito elevado, a Casa Branca ainda não se pronunciou a este respeito.
Mas, será que a publicação de um vídeo ou da utilização das redes sociais pode resultar em impactos a longo prazo? Segundo Dana R. Fischer, professora de sociologia na Universidade de Maryland, que estuda movimentos activistas, em declarações ao Washington Post: "É apenas uma questão de perceber até que ponto este tipo de mobilização tem o poder e a capacidade de se manter por muito tempo. O verdadeiro envolvimento político envolve mais do que clicar em alguma coisa e publicar um vídeo".
São vários os jovens que têm aderido a este movimento. Alaina Wood é uma delas, mas apesar de tudo continua preocupada se os seus esforços serão suficientes para travar o projeto. Ao Washington Post afirmou: "Estou preocupada que a decisão já tenha sido tomada e que tudo isto já não importe muito. Mas espero que, se continuarmos a pressão pública ao longo da semana, ainda exista uma hipótese. Estou cautelosamente optimista".
Mas, Fischer tem vista uma mudança nesta administração em relação às anteriores. A professora da Universidade do Maryland acredita que "a administração Biden tem estado muito atenta aos jovens e às suas opiniões, e parece acarinhar os influenciadores de uma forma que eu nunca tinha visto. Não me surpreenderia que nos ouvisse mais se os grupos verdes tradicionais estivessem também a enviar o mesmo número de mensagens".
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