Esta iniciativa faz parte de uma campanha contra as touradas hoje lançada pela Animal e que tem como objetivo expor o dinheiro do erário público que subsidia a atividade tauromáquica.
A presidente da Animal, Rita Silva, disse à agência Lusa que a campanha “enterrar touradas” consiste na recolha de assinaturas para entregar na Assembleia da República uma iniciativa legislativa, em formato de projeto-lei, para pedir que não sejam dados qualquer tipo de financiamento do erário público, seja direto ou indireto, à atividade tauromáquica.
Rita Silva adiantou que a recolha de assinaturas começa hoje e, no mínimo, têm que ser alcançadas 20 mil.
Esta iniciativa vai ser entregue no parlamento após várias petições terem dado entrada na Assembleia da República e não terem originado um consenso.
“Agora vamos por as pessoas a legislar, é uma ferramenta que temos ao dispor, vamos utilizá-la”, afirmou a mesma responsável, dando também conta que vão ser entregues no parlamento exemplos detalhados de dinheiros públicos atribuídos localmente à tauromaquia.
Durante a campanha, vão ser divulgados publicamente, através do site www.enterrartouradas.org, as verbas gastas por juntas de freguesia e câmaras municipais à realização de atividades tauromáquicas, além de outros apoios públicos indiretos, como da União Europeia.
Segundo a Animal, entre 2009 e 2017 já foram atribuídos pelas autarquias apoios públicos de milhões de euros para esta atividade.
A associação avança que, por exemplo, nos Açores, entre 2004 e 2010, foram gastos 2,6 milhões de euros.
A presidente da Animal avançou que as verbas vão ser atualizadas diariamente no site da campanha.
“Anualmente, muitos órgãos do poder local oferecem [direta e indiretamente] subsídios para eventos tauromáquicos, quando, infelizmente, muitos dos concidadãs estão numa situação de desemprego, precariedade e até mesmo fome, incluindo crianças e idosos que não têm apoios sequer para as necessidades básicas. A maioria dos concelhos que disponibiliza dinheiro para eventos tauromáquicos não dispõe sequer de um gabinete de apoio à vítima”, lê-se na iniciativa hoje lançada.
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