Antes de os confrontos se retomarem, no segundo dia de tréguas, al-Burhan tinha garantido que estava prevista para hoje a retirada, por via aérea, de cidadãos e diplomatas norte-americanos, britânicos, franceses, chineses e de outras nacionalidades, tendo a Arábia Saudita e a Jordânia conseguido fazer sair os respetivos concidadãos por via terrestre.
No entanto, os combates entre os rivais militares recomeçaram hoje na capital sudanesa, Cartum, nas proximidades do palácio presidencial e do Comando Geral do Exército, enquanto um projétil atingiu um bairro residencial causando a morte de seis pessoas, segundo avançaram à agência noticiosa espanhola EFE fontes humanitárias e testemunhas.
O porta-voz do Crescente Vermelho Sudanês, Osama Abu Bakr, disse à agência Efe que recebeu informações de que seis pessoas foram mortas na área de Mansura, em Um Durman, região vizinha de Cartum, quando um projétil atingiu hoje de manhã as respetivas residências.
Além disso, foram ouvidas explosões nas zonas de Hilah Hamad e Hilah Joyaly, a norte do Palácio Presidencial, bem como o voo de aviões de combate no céu da capital, apesar da declaração de cessar-fogo entre o Exército sudanês e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR).
Na sexta-feira, os dois beligerantes aceitaram a trégua proposta pela ONU para interromper os combates por três dias, coincidindo com o fim do mês sagrado do Ramadão, embora não tenha sido respeitada, assim como as outras quatro pausas humanitárias declaradas desde 15 deste mês, dia do início do conflito.
Por outro lado, testemunhas informaram à Efe que novos confrontos intensos eclodiram no centro de Cartum, nas imediações da área do Comando Geral do Exército, área que as unidades militares anunciaram ontem ter tomado o controlo.
A situação no terreno está agora confusa, sobretudo depois de quer o exército sudanês quer as FAR terem anunciado que iriam facilitar a saída doe cidadãos estrangeiros.
A confusão torna-se ainda maior uma vez que estão a registar-se também confrontos intermitentes nos bairros do sul da capital, nos arredores da Cidade dos Desportos ,e, sobretudo na estrada para o aeroporto de Cartum.
Na noite de sexta-feira, as FAR anunciaram em comunicado que estavam dispostas a abrir parcialmente todos os aeroportos do país para que os governos estrangeiros pudessem retirar os respetivos cidadãos, tendo acrescentado que iriam ”cooperar, coordenar e proporcionar” todas as facilidades para permitir aos expatriados e membros das missões diplomáticas deixarem “pacificamente” o país.
Neste contexto, desconhece-se quem controla o quê na capital, já que ambas as partes reclamam ter o controlo das mesmas instalações, como o caso do aeroporto internacional de Cartum, o maior do Sudão de que, segundo a EFE, continua encerrado.
Os combates entre o Exército Sudanês e o poderoso grupo paramilitar FAR começaram a 15 deste mês, apesar de várias tentativas de tréguas humanitárias e após semanas de tensão pela reforma das forças sudanesas nas negociações para a formação de um novo governo de transição.
Segundo a mais recente contagem da Organização Mundial de Saúde (OMS), pelo menos 413 pessoas morreram e 3.551 ficaram feridas no Sudão desde o início do conflito.
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