“O objetivo era fazer uma viagem de comboio para chamar a atenção para os problemas da linha, mas fomos confrontados com a supressão do comboio em que pretendíamos viajar e tivemos que fazer a deslocação de carro”, disse à Lusa a deputada socialista Margarida Marques.
A ação de sensibilização para os problemas de Linha do Oeste, organizada pelos deputados socialistas, previa que a comitiva se deslocasse entre as Caldas da Rainha e Entrecampos (Lisboa) de comboio, seguindo posteriormente de metro para o Ministério do Planeamento e Infraestruturas para entregar no gabinete do ministro Pedro Marques um documento a alertar para “o estado de abandono” da Linha e a necessidade de modernização da mesma.
A viagem de 75 quilómetros que se previa demorar duas horas e meia “acabou por não ser possível”, tendo a comitiva sido obrigada a “ter que procurar alternativas, como fazem todos os dias os passageiros que chegam à estação e são confrontados com a supressão de comboios”, afirmou a deputada.
A comitiva que, de carro, chegou ao Ministério “duas horas antes do previsto”, entregou no gabinete do governante “uma nota onde se exprimem as preocupações e as medidas concretas que deverão ser tomadas, medidas que integram já o Plano Ferroviário e que estão normalmente calendarizadas, mas cujo calendário tem vindo a derrapar”, indicou.
Nomeadamente, “a modernização e eletrificação da Linha do Oeste, entre Meleças e Caldas da Rainha”, um investimento de 112 milhões de euros que consta do plano Ferrovia 2020 e que “recebeu parecer ambiental favorável em junho, estando neste momento a ser preparado o lançamento do concurso para a obra, o que deverá ocorrer nos próximos meses”, segundo as informações obtidas hoje pelos deputados.
Da reunião com elementos do gabinete do ministro saiu ainda “a confirmação de que para o ano será lançado o concurso para a elaboração do projeto entre Caldas e Louriçal” e de que o lançamento do concurso para a modernização e eletrificação da linha “está a ser preparado, devendo ocorrer nos próximos meses”, acrescentou Margarida Marques.
A comitiva fez hoje saber ao Governo que “é necessário mais”, exigindo igualmente a modernização dos sistemas de sinalização e telecomunicações “para garantir uma maior segurança a todos os utentes” e a renovação do material circulante, cuja antiguidade e escassez tem provocado a supressão de vários comboios.
A elaboração do estudo sobre a ligação à linha do Norte, “de forma a garantir a sua inclusão no próximo quadro de financiamento plurianual”, foi outras das medidas apontadas pelo grupo como “essenciais” para o desenvolvimento da linha.
O gabinete do ministro Pedro Marques “manifestou o seu empenhamento em cumprir os calendários já desenhados e assegurou que vai desenvolver as diligências necessárias para que, no imediato, a prática sistemática de anulação de comboios (experienciada pela delegação) possa ser ultrapassada”, revelou o grupo parlamentar do PS, em comunicado, no final da reunião.
A comitiva integrou, além dos socialistas eleitos pelo círculo de Leiria, os presidentes das Câmaras de Alenquer (presidente da CIM Oeste), Torres Vedras e Lourinhã, vereadores das Câmaras do Bombarral, Cadaval, Sobral de Monte Agraço e Caldas da Rainha, presidentes de Juntas de Freguesia e membros de Assembleias Municipais.
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