A decisão de suspender a greve foi tomada porque "estão previstas várias reuniões importantes e que poderão resultar em soluções para resolver o conflito laboral" entre os trabalhadores e a administração da empresa Somincor, explicou o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM) Jacinto Anacleto.
Segundo o sindicalista, que não revelou mais detalhes sobre as reuniões, a suspensão da greve, que estava prevista para três dias intercalados da próxima semana - segunda, quarta e sexta-feira - "foi sugerida pelo STIM e aceite pela maioria dos trabalhadores" e, por isso, o sindicato não chegou a entregar o pré-aviso à administração da empresa.
"Esperamos que as propostas e soluções que saírem das reuniões venham ao encontro das reivindicações dos trabalhadores e que ponham fim ao conflito laboral" na Somincor, disse.
No entanto, frisou, "o STIM voltará a agendar datas para realização de novas greves se as propostas que saírem das reuniões não forem satisfatórias e ao encontro das reivindicações dos trabalhadores".
A greve da próxima semana tinha sido decidida pelos trabalhadores em plenários, que decorreram nos dias 07 e 08 do passado mês de fevereiro, e devido à "ausência de uma proposta palpável" da administração da Somincor para resolver o conflito laboral.
Contactada hoje pela Lusa, a Somincor, através de fonte oficial, escusou-se a comentar a decisão dos trabalhadores de suspender a greve, porque a empresa não recebeu o pré-aviso.
Entre os meses de outubro e dezembro de 2017, os trabalhadores da Somicnor fizeram três greves, as quais levaram a paragens na extração e na produção de minério na mina de Neves-Corvo.
O fim do regime de laboração contínua no fundo da mina, "humanização" dos horários de trabalho, antecipação da idade da reforma para os funcionários das lavarias, progressão nas carreiras, revogação das alterações unilaterais na política de prémios e o "fim da pressão e da repressão" são as principais reivindicações dos trabalhadores.
Em janeiro, o grupo mineiro sueco-canadiano Lundin Mining, que detém a Somincor, anunciou o adiamento de obras do projeto de 260 milhões de euros para expandir a produção de zinco na mina de Neves-Corvo, devido às "perturbações laborais" e possíveis novas greves.
No entanto, segundo o grupo, a Somincor "continua a investir em projetos de prospeção e de desenvolvimento com vista à descoberta de novos depósitos de minério que possam vir a representar uma extensão" da vida da mina de Neves-Corvo além de 2029.
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