Em comunicado, as autoridades militares de Taiwan disseram que pediram aos seus soldados na Ilha Erdan que “aumentassem a sua vigilância” em resposta às “provocações de utilizadores chineses na Internet que usam frequentemente ‘drones’ [aparelhos não tripulados]”.
Erdan fica a apenas cinco quilómetros da costa chinesa e faz parte do arquipélago de Kinmen.
Pequim reivindica a soberania sobre Taiwan, que considera uma província da República Popular da China, e não exclui o recurso à força para a reunificação.
A República Popular da China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.
Desde a eleição de Tsai Ing-wen para a presidência de Taiwan, em 2016, a China intensificou a pressão militar sobre Taipé, recorrendo ao que os especialistas descrevem como intervenções de “zona cinzenta”, ou seja, táticas de intimidação sem ir tão longe como a guerra.
As tensões entre a China e Taiwan também aumentaram desde a eleição de Lai Ching-te, nas presidenciais em janeiro, que Pequim considera um separatista.
Além da pressão quase diária da Força Aérea e da Marinha da China, Taiwan também enfrenta intrusões de ‘drones’ civis não identificados que vigiam e assediam as suas tropas.
Numa nota informativa, o Comando de Defesa de Kinmen disse que a formação de militares no uso de ‘drones’ será reforçada, incluindo a adoção de “contramedidas apropriadas com base no nível de ameaça”.
Esta declaração surge uma semana depois de meios de comunicação locais terem divulgado um vídeo na plataforma YouTube que mostrava soldados taiwaneses e algumas instalações militares em Erdan.
O vídeo vinha acompanhado da seguinte legenda: “Soldados taiwaneses na Ilha Erdan estão assustados com um ‘drone’ chinês”.
Perto das Ilhas Kinmen, um barco chinês virou-se em fevereiro quando era perseguido pela guarda costeira de Taiwan, atirando à água os seus quatro passageiros, dois dos quais morreram.
Em 2022, soldados taiwaneses em Kinmen abateram um ‘drone’ civil não identificado entre o aumento das tensões com a China após uma visita a Taipé de Nancy Pelosi, então presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos (câmara baixa do Congresso).
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