“As forças de segurança, depois de resistirem durante dias, abandonaram ao início da tarde a cidade (…), o que levou os combatentes talibãs a entrar na cidade e capturar edifícios governamentais”, disse um funcionário da segurança em Baghlan citado pela agência espanhola Efe, a coberto do anonimato.
Abdul Razaq Hashemi, um deputado representante da província de Baghlan na câmara baixa do Parlamento Nacional, também confirmou à Efe a queda da cidade nas mãos dos talibãs e disse que as forças afegãs retiraram da capital regional após resistirem durante vários dias.
Os talibãs capturaram oito das 34 capitais provinciais em cerca de uma semana, e prosseguem a sua ofensiva contra o Governo de Cabul, apoiado pelo Ocidente, incluindo em Lashkar Gah, em Helmand, e Kandahar, na província com o mesmo nome.
Após uma presença militar ocidental de 20 anos e biliões de dólares gastos no treino e equipamento das forças afegãs, surgem interrogações sobre o rápido colapso das forças regulares, com algumas situações em que os soldados fugiram às centenas do campo de batalha, refere a agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP).
Atualmente, os combates estão a cargo de pequenos grupos de forças de elite e da força aérea afegã, ainda apoiados pela aviação norte-americana.
O sucesso da rápida ofensiva talibã tornou mais urgente a necessidade de retomar as conversações, há muito bloqueadas, e que poderão terminar com os combates e garantir no Afeganistão um executivo de transição, com participação das principais fações.
Hoje, o enviado dos Estados Unidos ao Afeganistão, Zalmay Khalilzad, avisou os talibãs de que um Governo que assuma o poder pela força não obterá o reconhecimento internacional.
O enviado norte-americano deslocou-se hoje a Doha, capital do Qatar, onde os talibãs possuem uma representação política, para dizer ao grupo insurgente que não deverá prosseguir os seus avanços no campo de batalha, e que a conquista militar da capital, Cabul, implicará o seu isolamento a nível internacional.
O enviado norte-americano, e outros intervenientes, esperam persuadir os líderes talibãs a regressarem às conversações com o Governo afegão, numa altura em que os Estados Unidos e as forças da NATO estão a concluir a sua retirada militar daquele país do Médio Oriente.
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