“Os talibãs controlam todas as instalações governamentais em Pul-e-Alam (…) Têm 100% de controlo. Não há mais combates”, declarou o conselheiro Saeed Qaribullah Sadat à agência France Presse.
Continuando o seu avanço implacável, os talibãs já tomaram hoje quatro capitais de província afegãs. Antes de Pul-e-Alam tinham conquistado Lashkar Gah, capital da província de Helman, Kandahar, a segunda cidade do Afeganistão e capital da província com o mesmo nome, Feroz Koh/Chaghcharan, capital da província de Ghor e Tirin Kot, capital da província de Uruzgan, no sul do Afeganistão.
Os rebeldes controlam já cerca de metade das capitais das 34 províncias afegãs, todas conquistadas em apenas oito dias.
A maior parte do norte, oeste e sul do país está agora sob o seu controlo. Cabul, Mazar-i-Sharif, a grande cidade do norte, e Jalalabad (leste) são as três grandes cidades ainda controladas pelo governo.
Os talibãs lançaram a ofensiva em maio com o início da retirada final das tropas norte-americanas e estrangeiras, a qual deverá estar concluída até 31 de agosto.
Inicialmente, conquistaram grandes áreas rurais sem encontrarem muita resistência. Nos últimos dias, a progressão das forças talibãs acelerou, com vários centros urbanos a cair nas mãos dos rebeldes, igualmente sem grande dificuldade.
Segundo a ONU, num mês morreram pelo menos 183 civis e 1.181 ficaram feridos, incluindo crianças, devido ao avanço dos rebeldes em Lashkar Gah, Kandahar, Herat e Kunduz.
Cerca de 250.000 pessoas foram deslocadas pelo conflito desde o final de maio — 400.000 desde o início do ano -, 80% das quais são mulheres e crianças, adiantou.
Neste contexto, muitos civis migraram nas últimas semanas para Cabul, que arrisca uma crise humanitária.
O Canadá, o Reino Unido, os Estados Unidos e a Austrália decidiram enviar contingentes militares para garantir a evacuação das embaixadas em Cabul e a NATO reúne-se hoje de emergência para discutir a questão.
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