Num comunicado, o Ministério da Defesa dos talibãs afirmou que o bombardeamento, realizado na terça-feira à noite, foi “um claro ato de agressão” e “uma clara violação do direito internacional” e alertou que mantém o direito de defender o seu território e a sua população.

Além disso, o ministério acrescentou que “vários civis, incluindo crianças, foram mortos e feridos pelo bombardeamento”.

A maioria das pessoas afetadas pelo ataque aéreo, lançado pelo Paquistão pouco antes da meia-noite (19:300 em Lisboa), eram refugiados da região do Waziristão, no norte do Paquistão, indicaram os talibãs.

Um dirigente de segurança do Paquistão disse à agência de notícias EFE, sob anonimato, que o ataque teve como alvo vários campos, na província afegã de Pakitka, do Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP).

As autoridades do Paquistão alega que os insurgentes do TTP, o principal grupo talibã no Paquistão, utilizam solo afegão para preparar os numerosos ataques contra o Governo de Islamabad.

O exército paquistanês não emitiu até ao momento qualquer declaração sobre estes ataques.

O atentado ocorreu horas depois de o representante especial do Paquistão para o Afeganistão, Mohammad Sadiq, se ter reunido, em Cabul, com o ministro dos Negócios Estrangeiros dos talibãs no Afeganistão, Amir Khan Muttaqi, o ministro do Interior, Sirajuddin Haqqani, e outros altos funcionários.

O Paquistão realizou dois ataques aéreos dentro do Afeganistão em março, nas províncias fronteiriças de Khost e Paktika, e afirmou também então que tinham como alvo campos de grupos insurgentes.

Mas, tal como nesta ocasião, os talibãs alegaram que os aviões paquistaneses “bombardearam casas de civis” e causaram a morte a oito pessoas.

Em retaliação, o Ministério da Defesa talibã alegou ter bombardeado, com “armas pesadas”, pontos militares paquistaneses ao longo da fronteira disputada.

As tensões fronteiriças entre os dois países têm aumentado desde que o governo talibã assumiu o poder em 2021 no Afeganistão.

Islamabad acusa os talibãs de abrigarem grupos insurgentes no Afeganistão para realizarem ataques no Paquistão, acusações que os fundamentalistas negaram em inúmeras ocasiões.