Uma placa do novo ministério no edifício do extinto foi hoje colocada em Cabul e várias mensagens surgiram nas redes sociais mostrando funcionários do Ministério dos Assuntos das Mulheres, alegando terem sido despedidos, de acordo com a agência AFP.
Nenhum funcionário dos talibãs respondeu às solicitações da AFP para comentar o assunto hoje.
Embora tenham garantido que iriam governar com mais moderação do que entre 1996 e 2001, os talibãs não permitiram que a maioria das mulheres voltassem ao trabalho.
Também nenhuma mulher faz parte do novo governo afegão anunciado há duas semanas.
Hoje, o Ministério da Educação transmitiu em comunicado a reabertura das escolas de ensino básico e secundário para rapazes e consequente regresso ao trabalho dos professores do sexo masculino.
No antigo regime, rapazes e raparigas dividiam apenas as mesmas secretárias em algumas escolas primárias e universidades.
No ensino superior, a segregação de género será a regra, já salientaram os talibãs, que introduziram regulamentos sobre as roupas das mulheres.
Ainda que marginalizadas, as mulheres afegãs adquiriram direitos fundamentais nos últimos 20 anos, especialmente nas cidades, onde se tornaram deputadas, juízas, pilotos e polícias.
Centenas de milhares de mulheres entraram no mercado de trabalho por necessidade, uma vez que muitas são viúvas ou apoiam os maridos incapacitados, devido a várias décadas de conflitos.
Desde o regresso ao poder, em 15 de agosto, os talibãs não demonstraram disposição em garantir os direitos das mulheres.
Os islâmicos dizem que as mulheres receberam ordens para ficar em casa por segurança, mas que poderão trabalhar assim que for feita a segregação.
Durante o primeiro governo dos talibãs, as mulheres foram, na sua maioria, excluídas da vida pública e só podiam sair de casa acompanhadas por um homem.
Os responsáveis pelo Ministério para a Promoção da Virtude e Prevenção do Vício eram conhecidos por chicotear mulheres que andavam sozinhas e impunham várias outras interpretações rigorosas do Islão, como a obrigação de participar nas orações e a proibição aos homens de se barbearem.
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