"Isto mostra uma fragilidade, uma descoordenação e uma falta de funcionamento das instituições nesta área que eu creio que é muitíssimo preocupante", declarou Assunção Cristas, acrescentando que o partido continuará "a fazer perguntas".
Assunção Cristas referia-se a declarações da secretária-geral do Sistema de Segurança Interna, Helena Fazenda, que admitiu na terça-feira na comissão parlamentar de Defesa ter sabido do furto de armas pela comunicação social, ao início da tarde em que o Exército divulgou o furto, dia 29 de junho, detetado no dia anterior.
A presidente do CDS-PP considerou que o primeiro-ministro, António Costa, "foi um dos principais responsáveis e atores" num processo que "correu mal".
Em declarações aos jornalistas no final de uma visita ao centro de dia do Bairro do Rego, Lisboa, no âmbito da pré-campanha eleitoral das autárquicas de outubro, Assunção Cristas manifestou ainda "perplexidade" face às declarações do chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Pina Monteiro, que foi ouvido pela mesma comissão na terça-feira de manhã.
"O senhor general veio esclarecer que nunca quis desvalorizar o episódio e que o material é relevante e isto também nos deixa um pouco perplexos porque então quem desvalorizou terá sido o primeiro-ministro", afirmou Cristas.
Para o CDS-PP, "o primeiro-ministro claramente desvalorizou aquele episódio e disse que o material furtado não tinha qualquer interesse e não teria até perigosidade".
Assunção Cristas reiterou o pedido de demissão do ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, considerando que se justificam "ainda mais" com as "novas confusões que vieram a lume" na sequência das audições.
"Achamos que estas áreas de soberania estão mal tratadas no Governo e não se comporão enquanto não houver uma remodelação profunda neste domínio", insistiu.
O furto de material de guerra nos paióis nacionais de Tancos, Vila Nova da Barquinha, Santarém, foi divulgado pelo Exército no dia 29 de junho.
Granadas de mão, granadas foguete anticarro, de gás lacrimogéneo e explosivos estavam entre o material de guerra furtado.
Em 20 de julho, o ministro da Defesa anunciou que vai fechar definitivamente os paióis nacionais de Tancos devido às dificuldades logísticas de garantir a segurança.
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