Em declarações aos jornalistas, no parlamento, em Lisboa, o deputado centrista António Carlos Monteiro afirmou que a comissão recebeu os relatórios do oficial de dia que estava de serviço nessa noite, mas está em falta o anexo das comunicações feitas depois de ter sido feito o assalto.

Assim, “não se sabe com quem falaram, quando falaram e o que disseram”, nem quando falaram os militares que estavam responsáveis pela segurança, precisou.

Esta documentação, afirmou, “é essencial” para se “perceberem os procedimentos” adotados após o furto.

Os centristas esperam que o Exército remeta essa documentação ainda hoje, dado que vai ser ouvido o comandante da unidade que tinha a responsabilidade da segurança das instalações de Tancos na noite do furto, coronel João Paulo de Almeida.

A comissão de inquérito ao furto de Tancos, insistiu, “tem que apurar todas as responsabilidades, doa a quem doer”.

Segundo António Carlos Monteiro, nessa noite não foram feitas nem rondas, nem os militares tinha veículo para fazer a vigilância.

E em vez dos oito homens, o efetivo tinha seis homens que, pelas informações de que dispõe, “estavam na casa da guarda a dormir”.

A comissão de inquérito para apurar as responsabilidades políticas no furto de material militar em Tancos, que tem previstas audições a mais de 60 personalidades e entidades, vai decorrer até maio de 2019, e é prorrogável por mais 90 dias.

O furto do material militar, entre granadas, explosivos e munições, dos paióis de Tancos foi noticiado em 29 de junho de 2017.

O caso do furto de armas em Tancos ganhou importantes desenvolvimentos em 2018, tendo sido detidos, numa operação do Ministério Público e da Polícia Judiciária, sete militares da Polícia Judiciária Militar (PJM) e da GNR, suspeitos de terem forjado a recuperação do material em conivência com o presumível autor do roubo.