A informação foi enviada por Rovisco Duarte e revelada aos deputados horas antes de o general ser ouvido na comissão parlamentar de Defesa Nacional, a pedido do CDS, que também solicitara a lista de material recuperado após o roubo, em junho de 2017.

Na carta de Rovisco Duarte, a que a Lusa teve acesso, explica-se que a lista foi feita pela Polícia Judiciária Militar e que foi enviada pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal, responsável pela investigação do caso, e que está “à guarda do Exército” e tem o carimbo de “confidencial”.

A audição no parlamento ao general Rovisco Duarte, pedida pelo CDS-PP, e às secretárias-gerais do Sistema de Segurança Interna e do Sistema de Informações da República, requeridas pelo PS, tinham sido aprovadas no passado dia 17, todas com caráter de urgência.

As iniciativas foram apresentadas na sequência de uma notícia da edição do Expresso de 14 de julho, referindo que há mais material militar em falta entre aquele que foi recuperado pela Polícia Judiciária Militar, na região da Chamusca, depois do furto de material de guerra dos paióis nacionais de Tancos, em junho de 2017.

Citando partes de acórdãos do Ministério Público relativos à investigação judicial ao furto de Tancos, o jornal Expresso noticiou que além das munições de 9mm, há mais material em falta entre o que foi recuperado na Chamusca, como granadas de gás lacrimogéneo, uma granada de mão ofensiva, e cargas lineares de corte.

Esse material em falta representa, segundo a mesma exposição do Ministério Público, “um perigo para a segurança interna”.

No requerimento a solicitar a presença de Rovisco Duarte no parlamento, o CDS-PP sublinhou que as “informações tornadas públicas” pelo semanário Expresso “contrariam as afirmações prestadas” pelo general em outubro de 2017 relativamente à recuperação do material militar furtado na base de Tancos.