“Já há muitos meses que disse que nada sabia sobre esse caso e, em particular, sobre a forma como as armas foram recuperadas”, afirmou o dirigente socialista, em entrevista à RTP, acrescentando que o tinha dito “por escrito, nas respostas” que deu à comissão parlamentar de inquérito.
António Costa acrescentou que “a comissão, aliás, teve uma conclusão inequívoca em relação” ao desconhecimento “em absoluto desse processo”.
“Até hoje nunca a Justiça me fez qualquer pergunta, se houvesse alguma dúvida seguramente me teriam feito qualquer pergunta”, explicou, respondendo assim às críticas de Rui Rio, que na quinta-feira disse achar “pouco crível” que Costa nada soubesse do caso.
“Rui Rio faz simplesmente uma insinuação que é absolutamente lamentável, devo dizer surpreendente, uma pessoa que julgava que seria firme nos seus princípios e que num dia diz que passa de maior inimigo público do Ministério Público para, de repente, ser o maior desconfiado quanto aquilo que é a competência própria dos tribunais para julgar”, considerou, sublinhando que “quando passar o calor da campanha eleitoral” e Rui Rio “cair em si, ele próprio concluirá que, ao longo desta semana, não tem agido à altura daquilo que nos habituámos”.
Considerando “lamentável” que durante a campanha Rui Rio “venha querer politizar um caso que está entregue à Justiça” e não afirmando que não admite “a ninguém que ponha em causa” a sua palavra, o secretário-geral socialista considerou que Rio “está mal-habituado porque só tem ido a eleições assegurada”.
“Percebo que se possa estar nervoso quando as campanhas não correm bem, mas aquilo que define um político é a capacidade de manter a cabeça fria e nervos de aço nos momentos mais difíceis”, sublinhou.
Questionado também sobre se mantém a confiança no ex-ministro da Defesa Nacional Azeredo Lopes, - um dos 23 acusados pelo Ministério Público no processo de Tancos -, o socialista afirmou que “há uma acusação que põe em causa aquilo que ele [Azeredo Lopes] disse, é o momento de ele poder exercer o seu direito de defesa” e “depois o juiz de instrução primeiro, o tribunal, se for o caso, apreciará essa matéria”.
Costa vincou ainda que não vive “nesse mundo das teorias da conspiração”, onde Rio “vê conspirações nas sondagens, vê conspirações no Ministério Público, vê conspirações nos tribunais”.
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