Este “movimento de munições e explosivos” em nada se relaciona com os Paióis Nacionais de Tancos, desativados em outubro do ano passado, refere o Exército, em comunicado divulgado à imprensa, na sequência de uma notícia do jornal 'online' Observador.
O jornal 'online' Observador noticiou hoje que a comissão parlamentar de Defesa Nacional recebeu uma carta anónima que relata o transporte de “mais de uma tonelada” de material de guerra do Regimento de Engenharia 1 para os Paióis Nacionais de Tancos, 15 meses depois da sua desativação, em outubro do ano passado.
Citada pelo Observador, a carta refere que no dia 7 de julho mais de uma tonelada de material pirotécnico – explosivos, munições e projéteis - foi transportada do Regimento de Engenharia 1 para os Paióis Nacionais de Tancos.
Uma cópia do documento foi enviada à Procuradoria-Geral da República na semana passada, confirmou à Lusa o presidente daquela comissão parlamentar, deputado Marco António Costa, referindo que distribuiu igualmente cópia pelos coordenadores dos grupos parlamentares aos quais pediu “reserva”.
Em comunicado, o Exército aponta “diversas incongruências factuais” sobre o assunto e frisa que os Paióis Nacionais de Tancos estão desativados, desde outubro do ano passado, mantendo-se a “presença física e a vigilância às instalações, por questões de segurança física das infraestruturas”.
Contactada pela Lusa, a porta-voz do Exército, Elisabete Silva, precisou que “duas viaturas do Regimento de Paraquedistas, localizado em Tancos” e uma do Regimento de Engenharia 1, também na mesma região, transportaram no dia 5 de julho, “por ordem da estrutura do Comando do Exército”, material proveniente do paiol do aquartelamento do Regimento de Paraquedistas para “os Paióis Nacionais de Santa Margarida e para a Unidade de Apoio Geral de Material do Exército”, em Alcochete.
“As razões que levaram a esta transferência de material resultam de uma necessidade de intervenção nos Paióis do Regimento de Paraquedistas, com vista à melhoria das condições de segurança”, acrescenta o Exército na nota.
Depois do furto de armas, munições e material explosivo revelado em 29 de junho de 2017, o Exército começou a operação de esvaziamento dos paióis e transferência do material lá armazenado para outras instalações a 2 de outubro, numa operação que terminou em 31 desse mês.
Quando anunciou a conclusão da operação de esvaziamento, a 31 de outubro do ano passado, o chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, precisou que na primeira fase da operação de esvaziamento dos paióis de Tancos, entre 02 e 26 de outubro, foi transportado material para os paióis de Marco do Grilo, Seixal, (Marinha) e, numa segunda fase, entre 27 e 31 de outubro, para os paióis do Campo de Tiro de Alcochete.
O restante material foi transferido para os paióis de Santa Margarida, Santarém.
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