Questionada pelo deputado do PSD Carlos Peixoto sobre o que sabia sobre o processo de Tancos, lembrando que a ex-procuradora-geral da República falou com o antigo ministro da Defesa, Francisca Van Dunem disse saber “zero”.
“Sobre o desaparecimento das armas sei zero e do encobrimento zero. Só conheço as notícias dos jornais”, disse Francisca Van Dunem durante a audição sobre o Orçamento do Estado para a Justiça em 2019.
O desaparecimento de material militar dos paióis de Tancos foi divulgado pelo Exército em junho de 2017.
Está em curso uma investigação do Ministério Público sobre o reaparecimento do material levado de Tancos, designada Operação Húbris, no âmbito da qual foram detidos para interrogatório militares da Polícia Judiciária Militar (PJM) e da GNR.
Este caso levou à demissão do então ministro da Defesa Nacional, José Azeredo Lopes, em 12 de outubro.
O chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, pediu também a resignação, dois dias depois da posse do novo ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho.
Em 25 de setembro, a Polícia Judiciária deteve o diretor e outros três responsáveis da PJM, um civil e três elementos do Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Loulé, dia em que o CDS-PP anunciou que iria propor uma comissão de inquérito parlamentar.
Segundo o Ministério Público, em causa estão "factos suscetíveis de integrarem crimes de associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, recetação, detenção de arma proibida e tráfico de armas".
Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições.
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