“Deixem-me esclarecer que fui eu que nomeei, que fui eu que escolhi, para atalhar aquilo que nos ‘mentideros’ causou algum ruído pela circunstância de no comunicado ter sido afirmado que [a nomeação do comandante Paulo Isabel] era sob proposta do Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas”, pediu aos jornalistas em Bruxelas, onde decorre a reunião dos ministros da Defesa da NATO.
Azeredo Lopes disse que solicitou ao Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, almirante Silva Ribeiro, que perguntasse “aos ramos se podiam apresentar nomes”, considerando “importante que a escolha do ministro seja o mais esclarecida possível”.
“Evidentemente que a escolha é minha, que a responsabilidade da nomeação do comandante Isabel é minha. Tenho plena confiança na pessoa que nomeei. Espero que neste momento, que é sensível, porque nunca é agradável aquilo a que temos vindo a assistir, a instituição possa voltar serenamente ao seu caminho, que é o de fazer a investigação”, completou.
Azeredo Lopes escusou-se a comentar uma eventual fusão entre a Polícia Judiciária e a PJM, argumentando que “não é nunca a quente, e no meio da tempestade, que se tomam decisões serenas”.
“Essa reflexão provavelmente irá ser feita, mas sem qualquer preconceito”, concluiu.
O comandante Paulo Isabel assumiu na terça-feira as funções de diretor-geral da PJM, em regime de substituição, na sequência da detenção do até agora responsável desta polícia, Luís Vieira, no âmbito do caso da recuperação das armas furtadas dos paióis de Tancos.
O diretor da PJM depende hierarquicamente do ministro da Defesa Nacional.
No comunicado relativo à nomeação do novo diretor da PJM, o Ministério da Defesa refere que o ministro Azeredo Lopes “tomou a decisão de nomear o Capitão-de-mar-e-guerra Paulo Manuel José Isabel como diretor-geral da Polícia Judiciária Militar, mediante proposta do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas”.
É ainda referido que “José Azeredo Lopes solicitou ao Almirante Silva Ribeiro que, depois de ouvidos os chefes de Estado-Maior dos Ramos, apresentasse uma proposta que restabelecesse o normal funcionamento da Polícia Judiciária Militar”.
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