“Estou confiante que qualquer governo vai ver como este plano [de reestruturação] está bem organizado e bem estruturado e que é um plano que conseguirá trazer valor, não só à companhia, mas também ao país”, defendeu Ourmières-Widener, em entrevista à agência Lusa.

Esta posição foi transmitida pela responsável, após ter sido questionada sobre possíveis receios de que o novo governo que sair das eleições legislativas de 30 de janeiro possa voltar a avançar para a privatização da companhia aérea, que regressou às mãos do Estado em 2020.

“A decisão de privatizar é dos acionistas, enquanto equipa executiva a nossa missão é executar o plano [de reestruturação]”, acrescentou a responsável.

Para a CEO, depois de demonstrar que a TAP pode ser financeiramente sustentável, a “forma de recapitalização ou como uma nova injeção é feita”, é uma decisão que cabe, frisou, aos acionistas.

O Grupo TAP decidiu encerrar as operações de Manutenção e Engenharia Brasil (TAP ME), como parte do plano de reestruturação aprovado por Bruxelas em dezembro, disse hoje à Lusa a presidente executiva da companhia aérea, Christine Ourmières-Widener.

A Comissão Europeia informou em 21 de dezembro que aprovou o plano de reestruturação da TAP e a ajuda estatal de 2.550 milhões de euros, havendo ainda lugar a compensações relacionadas com a pandemia de covid-19, com 462 milhões de euros referentes ao primeiro semestre de 2020, 107 milhões ao segundo semestre, e a compensação referente ao primeiro semestre de 2021.

No entanto, a Comissão impôs condições, como a separação dos ativos não-essenciais, nomeadamente o negócio de manutenção no Brasil, e os de 'catering' (Cateringpor) e de 'handling' (Groundforce).

“Foi assumido o compromisso de alienar ou encerrar a M&E Brasil. A nossa preferência é a alienação”, afirmou o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, em conferência de imprensa, em Lisboa, após a aprovação do plano de reestruturação da TAP pela Comissão Europeia.

"Temos um dever com o Porto, conectar a cidade com destinos de longo curso"

A presidente executiva (CEO) da TAP disse hoje à Lusa que a companhia aérea tem "um dever" para com o Porto, que consiste em conectar a cidade com destinos de longo curso no Brasil e nos Estados Unidos.

"Temos um dever para com o porto que queremos cumprir, conectar o Porto diretamente a destinos de longo curso e estamos agora a ligar a cidade ao Brasil e aos EUA”, defendeu Christine Ourmières-Widener.

A CEO recordou que a TAP publicou um comunicado no final do ano passado a explicar que está a aumentar a frequência entre Lisboa e Porto, a 'ponte aérea', passando de oito para dez voos por dia e está a aumentar também o número de voos diretos do Porto para o Brasil.

"Estamos a ser consistentes na tentativa de explicar o nosso papel no Porto", disse, adiantando que os passageiros do norte do país "têm grandes ofertas que podem beneficiar de Lisboa, que não fica muito longe do Porto".

Ourmières-Widener sublinhou que "é difícil encontrar outro país na Europa que tenha tido sucesso em ter a mesma oferta em duas cidades diferentes, separadas por uma hora de voo ou até menos ".

O Grupo TAP anunciou hoje que decidiu encerrar as operações de Manutenção e Engenharia Brasil (TAP ME), como parte do plano de reestruturação aprovado por Bruxelas em dezembro.

A Comissão Europeia informou em 21 de dezembro que aprovou o plano de reestruturação da TAP e a ajuda estatal de 2.550 milhões de euros, havendo ainda lugar a compensações relacionadas com a pandemia de covid-19, com 462 milhões de euros referentes ao primeiro semestre de 2020, 107 milhões ao segundo semestre, e a compensação referente ao primeiro semestre de 2021.

No entanto, a Comissão impôs condições, como a separação dos ativos não-essenciais, nomeadamente o negócio de manutenção no Brasil, e os de 'catering' (Cateringpor) e de 'handling' (Groundforce).

Em relação aos efeitos da pandemia no negócio da empresa, Ourmières-Widener disse que é difícil saber neste momento qual será o impacto.

"Acho que o principal impacto para nós é o impacto da Ómicron nos primeiros três meses no número de clientes que estão a viajar, porque não é só o impacto do facto de as pessoas estarem mais cautelosas, mas também porque algumas pessoas estão a testar positivo e não voam”, explicou.

"Se o impacto na receita for negativo durante vários meses, precisaremos de recuperar o atraso no final do ano", concluiu.

* Shrikesh Laxmidas e Maria João Pereira (texto) e Miguel Lopes (foto), da agência Lusa