Questionado sobre se a UE irá comprar mais gás aos EUA no futuro, depois de Trump ter dito que poderia baixar as tarifas se a UE comprasse 350 mil milhões de dólares (cerca de 319,5 mil milhões de euros) em energia aos EUA, Jørgensen disse que “é claramente uma possibilidade”.

O comissário ressalvou, porém, que a UE não quer criar novas dependências e favoreceu a autossuficiência e a diversificação.

“Não queremos estar nas mãos de ninguém que nos possa fechar o acesso à energia (…), não queremos continuar a estar numa situação de dependência como essa”, disse Jørgensen em relação às importações de gás russo pela UE antes da invasão da Ucrânia, durante o fórum Energy Summit 2025, realizado em Bruxelas.

O social-democrata dinamarquês acrescentou que a primeira coisa que a UE deve fazer é reduzir a dependência dos combustíveis fósseis através de um sistema de produção baseado na eletrificação e nas energias renováveis, bem como na melhoria da eficiência energética e das redes, o que poderia poupar à UE até 50 mil milhões de euros por ano.

“Mas, nos próximos anos, continuaremos a precisar de combustíveis fósseis e de gás, pelo que temos de diversificar”, acrescentou.

Jørgensen sublinhou que a UE deve estar “grata, especialmente à Noruega, aos EUA e ao Qatar, pelo fornecimento de gás à UE desde que a Rússia invadiu a Ucrânia”.

“Se não o tivessem feito nos últimos dois anos, não teríamos conseguido reduzir tanto a dependência”, disse o comissário, que recordou que as importações de gás russo pela UE caíram de 45% para cerca de 13%, embora tenha sublinhado que é preciso fazer mais.