“Neste quadro, o nosso protesto é veemente e consideramos que é uma punição para os interesses do país”, disse Jerónimo de Sousa, interpelado pelos jornalistas sobre a aprovação do plano de restruturação da TAP, aprovado na terça-feira pela Comissão Europeia (CE).

No final de uma visita às instalações dos Bombeiros Voluntários de Algueirão – Mem Martins (Sintra) o dirigente comunista criticou as imposições feitas pela CE para aprovação do plano.

“Consideramos inaceitável que, depois de tanto despedimento, depois de tanta conversa, venham impor daquela forma o encerramento… E até aplicam uma palavra: 'slots'. O que é que isso significa? Menos pistas para aterrar, ou seja, menos serviço para a TAP realizar”, elaborou.

O líder do PCP sustentou que o processo “deveria ter sido conduzido pelo Estado português, um Estado português que se soçobra, que se submete aos ditames da União Europeia, à imposição” de Bruxelas.

“O processo é de definhamento [da companhia aérea] até perdermos a TAP”, acrescentou.

O secretário-geral do PCP referiu que nas medidas enunciadas pela Comissão Europeia para a restruturação “dá a impressão de que se procurou agradar àqueles que querem” a privatização e, eventualmente, a destruição da empresa.

Jerónimo de Sousa também rejeitou que a aprovação do plano de restruturação da companhia aérea nacional seja uma conquista do Governo.

“Que vitória? Combinamos isto. Daqui a uns tempos veremos e perceberemos quais as razões destas preocupações e se o Governo tem razão para estar satisfeito”, respondeu.

Na terça-feira, a Comissão Europeia aprovou o plano de reestruturação da TAP e a ajuda estatal de 2.550 milhões de euros, impondo, porém, algumas condições, entre elas que a companhia aérea disponibilize até 18 'slots' por dia no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.